25 de out. de 2006

52 Mamão

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Mamão
“Papaye”
“Papaya”
"Paw-paw"
“Baummelone”
“Mamón”

Mamão, um tesouro ao seu alcance

“Excelente alimento, pois é rico em cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio, vitaminas A e C. Contém ainda papaína, substância importante para o bom funcionamento do aparelho digestivo. Eficaz contra a asma, diabete, tem propriedades laxativas, calmantes, além de ser purificador do sangue. Sua resina leitosa também é usada em calos e verrugas. Cada 100g fornece 32 calorias.”

O mamão (Carica papaya), originário da América Tropical, é uma das melhores frutas do mundo, tanto pelo seu valor nutritivo, como pelo poder medicinal.
Cada parte desta planta é preciosa, a começar pelo tronco! De sua parte interna, retira-se uma polpa que - depois de ralada e seca - assemelha-se ao coco ralado. É rica em propriedades nutritivas e aproveitada em alguns lugares no preparo de deliciosas rapaduras.

O cozimento das raízes dá um tônico para os nervos que é também remédio para as hemorragias renais.

As folhas do mamoeiro, após secas à sombra, têm aplicação no preparo de agradável chá digestivo que pode ser dado livremente às crianças, pois não contém cafeína.

O suco leitoso extraído das folhas é o vermífugo mais enérgico que se conhece. Usa-se diluído em água. Ainda é digestivo e cura feridas. Em diversos lugares, a medicina popular o utiliza para tratar eczemas, verrugas e úlceras.

Os índios preparam a carne envolvendo-a com folhas de mamoeiro por algumas horas antes de levá-la ao fogo. Este processo amacia a carne.

Com as flores do mamoeiro macho prepara-se um maravilhoso xarope que combate a rouquidão, tosse, bronquite, gripe e indisposições gástricas causadas por resfriados.

Coloca-se um punhado de flores, com um pouco de mel em vasilha resistente ao calor, mas que não seja de alumínio. Acrescenta-se um copo de água fervendo, tapando-se bem. Depois de esfriar, toma-se às colheradas, de hora em hora.

Com o fruto verde faz-se um doce maravilhoso. Pode-se também prepará-lo ensopado ou ao molho branco. É uma iguaria!

O mamão maduro:
é altamente digestivo (cada grama de papaína - fermento solúvel contido no fruto
digere 200g de proteína);
tem mais vitamina C que a laranja e o limão;
contribui para o equilíbrio ácido-alcalino do organismo;
é diurético, emoliente, laxante e refrescante;
cura prisão de ventre crônica;
comido em jejum, pela manhã, faz bem ao estômago é eficaz contra a diabete, asma e icterícia;
bom depurativo do sangue;
não pode faltar na alimentação da criança, pois favorece o seu crescimento.
Depois de comer-se o mamão, esfrega-se a parte interna da casca sobre a pele para tirar manchas, suavizar a pele áspera e eliminar rugas.

Mastigar de 10 a 15 sementes frescas elimina vermes intestinais, regenera o fígado e limpa o estômago. Comidas em quantidade, são eficazes contra câncer e tuberculose.

Faltava dizer que qualquer uso que se faça de qualquer parte desta planta, traz consigo uma ação vermífuga poderosa, o que bastaria para destacar sua importância.

Melhor que consumir frutos do supermercado (colhidos verdes e amadurecidos à força no carbureto), é colhê-los já maduros no pé, no próprio quintal pois além disso serão livres de agrotóxicos.

Num espaço bem apertado cabem vários mamoeiros. Eles gostam de terra boa, bem adubada. Por exemplo, com lixo de cozinha ou com uma "Boca da Terra".

Então... o que você está esperando para plantar e colher os seus?
O consumo do mamão é recomendado pelos nutricionistas por se constituir em um alimento rico em licopeno (média de 3,39 mg em 100 gr), vitamina C e minerais importantes para o organismo. Quanto mais maduro, maior a concentração desses nutrientes.


DIÁRIO DE PERNAMBUCO
12 de junho de 1977
De Silvio Rolim para o DP.

Londres - O prosaico mamão ocupou manchetes de jornais e foi promovido a remédio milagroso aqui em Londres, merecendo até fotografia de primeira página no "Guardian", um dos mais importantes jornais britânicos.

William Scharf, um corretor de 31 anos, foi submetido a um transplante de rins; a operação poderia ter sido qualificada de um sucesso se não fosse por uma pequena ferida que insistia em não cicatrizar. Antibióticos não surtiam o efeito esperado e o caso começava a se complicar quando alguém teve a idéia de usar o ma­mão (que os ingleses conhecem, quando conhecem, pelo nome mais exótico de "paw-paw"). Santo remédio!

Alguns dias depois William levantou-se do seu leito no hospital, louvando com entusiasmo os poderes milagrosos do suculento fruto tropical. Os médicos ficaram estarrecidos e a imprensa, no maior assanhamento, publicou a historia com destaque e ate fotografias de William, sua mulher, Zen e o fruto tropical. Tanto quanto o sucesso - mamão como remédio, mereceu comentários, o seu preço: duas Libras e meia, mais ou menos uns cinqüenta cruzei­ros. Vale a pena lembrar que o mamão é praticamente desconhecido aqui na Grã-Bretanha, sendo encontrado apenas em latas, geralmente em mercados especializados em comida indiana e africana. O mamão utilizado no caso de William foi comprado numa famosa e granfiníssima loja de especiarias aqui de Londres.

Mas voltando ao mamão milagroso, o fato ocorreu num hospital de Dulwich, no sul de Londres. 0 tratamento foi sugerido pelo medico Christopher Rudge, da equipe de transplantes, que durante um estagio na Cidade do Cabo, na África do Sul, tinha visto o mamão ser usado na cicatrização de úlceras e feridas. O tratamento consiste simplesmente no seguinte:

Lava-se bem o ferimento infeccionado e em seguida aplicam-se fatias de ma­mão sobre o mesmo, cobrindo com gaze. Como disse o medico, o mamão age como uma espécie de cimento numa rachadura. A cada 48 horas o processo deve ser repetido até que a ferida comece a cicatrizar, o que em geral acontece dentro de três a seis dias.

Para a surpresa do mundo médico britânico o Dr Christopher revelou que já havia usado o mamão como droga cicatrizadora em mais de vinte pacientes nos últimos seis meses e que estava muito satisfeito com os resultados. Segundo ele, todos esses pacientes tinham rins artificiais ou haviam sido submetidos a transplantes. Drogas para evitar a rejeição do novo rim tornam esses pacientes particularmente vulneráveis às infecções, e qualquer ferida demora muito para cicatrizar. Especialistas em medicina tropical mostraram-se surpresos e não conseguiram dar uma explicação satisfatória para o "fenômeno". Depois de admitirem seu espanto eles afirmaram que a única explicação plausível é o fato de o mamão conter enzimas (entre elas a papaína) que poderiam ser os agentes causadores do "milagre".

O caso do mamão trouxe à baila o uso de outros remédios caseiros como o mel e certos frutos e raízes, usados com sucesso, apesar do ceticismo médico. 0 Dr. Christopher disse apenas: "Acho que o açúcar contido no mamão ajuda. Acho que as enzimas ajudam. Não acredito que ocorra qualquer processo mágico, mas não sei dizer como ele funciona. Só sei que funciona!"

Quanto a William Scharf, indagado se o mamão passaria a fazer parte de sua dieta regular, afirmou: "O quê? Vou comer mamão o resto da minha vida."

Embora o mamão não seja objeto de nenhum estudo mais sério no momento, a Organização Mundial de Saúde está fazendo uma pesquisa sobre raízes e plantas que possam ajudar a resolver alguns problemas de reprodução humana. Aqui mesmo na Inglaterra, na Universidade de Bath, cientistas estão fazendo experiências com o feno grego que parece oferecer um notável ponto de partida para a fabricação de novas drogas. Outras pesquisas se referem a uma droga encontrada em alguns peixes (o baiacu, por exemplo), cujo poder anestésico é 160 mil vezes maior do que o da cocaína.
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Autora: Lucia Helena dos Santos
Colaboração: Ubirajara Idoeta Cará - São Paulo-SP - Brasil
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