22 de jul. de 2006

52 Religiões Reveladas












Religiões Reveladas


★ Judaísmo
★ Cristianismo
★ Islamismo

Judaísmo, Cristianismo e Islamismo são as três grandes religiões de fé monoteísta. São fundadas na revelação histórica de um deus único, registrada nos livros sagrados: a Bíblia , para judeus e cristão, e o Corão para os muçulmanos.


Judaísmo Foi a primeira religião monoteísta da humanidade. Funda-se sobre a revelação dos dez mandamentos de Deus a Moisés no monte Sanai, Egito. Segundo a tradição, Moisés descende de Isaac, filho de Abraão, patriarca da Mesopotâmia, o primeiro a receber uma revelação de Deus. Na metade do século XIX a.C., Abraão abandona o politeísmo e conduz seu povo para Canaã, atual Palestina. Existem atualmente cerca de 13 milhões de judeus em todo o mundo; 4,5 milhões vivem no Estado de Israel .


Torah- No século XV a.C., quando os israelitas encontram-se escravizados no Egito, Moisés, um judeu, mata um egípcio em defesa de um israelita e foge para o deserto do Sanai. Lá, o deus de Abraão ordena-lhe que conduza os israelitas para o deserto. A Revelação (Torah) no monte Horeb constitui o evento fundador da religião de Israel.

Reinos de Israel e de Judá- Os israelitas conquistam a Palestina no século XIII a.C., sob o comando de Josué. As tribos são governadas por juízes e depois por reis, como Saul, Davi e Salomão. Este último dirige a construção do primeiro templo de Jerusalém, entre 970 e 931 a.C. Depois de Salomão, as tribos dividem-se em dois reinos, o de Israel, na Samaria, e o de Judá, com a capital em Jerusalém. O reino de Israel é destruído em 721 a.C. Em 586 a.C., Nabucodonosor, rei da Babilônia, invade o reino de Judá, destrói o templo e deporta a maioria do povo de Judá. É a partir do exílio na Babilônia que se pode falar propriamente
de judaísmo.

Messias- Com a divisão das tribos judaicas em dois reinos, surge a esperança e a fé em um messias (ungido): o enviado de Deus para restaurar a unidade do povo e a soberania divina sobre todo o mundo.

Volta à Palestina- Os judeus começam a voltar à Palestina em 538 a.C. Reconstroem o templo e vivem breves períodos de independência, interrompidos por constantes invasões de potências estrangeiras. Entre os séculos II e IV a.C., migrações voluntárias difundem a religião e a cultura judaica por todo o Oriente Médio. Em 63 a.C. Jerusalém é conquistada pelos romanos e, no ano 6 d.C., a Judéia torna-se uma província de Roma. Em 70 d.C. os romanos destroem o templo e, em 135, Jerusalém é arrasada.


Diáspora- Com a destruição do segundo templo de Jerusalém e da própria cidade, começa o período da grande dispersão do povo judeu, a Diáspora. Espalhados por todos os continentes, os judeus mantém sua unidade cultural e religiosa. A Diáspora termina em 1948 com a criação do Estado de Israel.

Livros sagrados- Os cinco livros da Revelação (Torah) e os textos de Os Profetas (Nebiim) são escritos antes do exílio na Babilônia. Os livros dos profetas menores, os livros poéticos e outros textos de Os Escritos (Ketubim) são redigidos depois de 538 a.C. A Bíblia hebraica É fixada no final do século I d.C. No início da era cristã, as tradições orais do povo judeu são registradas nos livros Mishnah, Targumin e Midrashim. Entre os século III e V as comunidades da Palestina e da Babilônia acrescentam os Comentários (Gemara) À Mishnah e reúnem o conjuntos de textos conhecidos por Talmude (ensinamento). Na Idade Média, as comunidades judaicas produzem textos de grande importância, como Sefer Ha-Mitswot (Livro dos mandamentos), do filósofo e médico Maimônides (1135-1204), ou Sefer Ha-Zohar (Livro do esplendor), atribuido a Shimon ben Yohai, um rabino do século II. O Zohar, assumido pelo movimento místico-esotérico Qabbalah (Tradição), também é chamado de "Bíblia cabalística".


Pentateuco- É o conjunto dos cinco primeiros livros do Antigo Testamento (a Bíblia hebraica): o Gênesis, sobre a origem do mundo e do homem; o êxodo, que narra a fuga dos judeus escravizados no Egito; o Levítico, que trata das práticas sacerdotais; Números, que traz o recenseamento do povo judeu; e Deuteronômio, com discursos de Moisés e código de leis familiares, civis e militares. A autoria do Pentateuco é atribuida ao próprio Moisés.
Manuscritos do Mar Morto- Entre 1947 e 1956 são descobertos nas cavernas Qumran, no Mar Morto, 800 pergaminhos escritos entre 250 a.C. e 100 d.C. com os mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica. Eles descrevem atividades, regras, cultos e crenças de uma tribo judaica, os essênios, e revelam certos aspectos até então considerados como exclusivos do cristianismo. Apresentam grandes semelhanças com os Evangelhos do Novo Testamento e referem-se a práticas que lembram a Santa Ceia, o Sermão da Montanha e a cerimônia do batismo. Os Manuscritos são considerados um dos mais importantes achados arqueológico já realizados.
Festas judaicas- As mais importantes são as chamadas festas de peregrinação. Páscoa (Pessach) comemora a libertação do Egito, é celebrada no início da primavera, por uma semana, antecedida de quatro sábados de intensa preparação espiritual. Pentecostes (Shavuot), realizada 50 dias após a Páscoa, celebra a revelação da Torah no Sanai. Festa dos Tabernáculos (Sucot) rememora a peregrinação pelo deserto, antes da entrada na Palestina. Ano novo (Rosh Hashana) e a festa do Perdão (Yom Kippur), em setembro, são separadas por dez dias de penitencia e formam uma unidade: o Rosh Hashana recorda o sacrifício de Isaac e evoca o julgamento de Deus, que se realiza no Dia do Perdão.
Calendário judaico- O ano judaico é contado de setembro a setembro, o ano atual (até setembro 1995) é o 5.755o da criação do mundo.


Cristianismo
Fundado por Jesus de Nazaré, um judeu da Galiléia, nascido quando Roma domina a Palestina e Augusto é o imperador. Segundo a tradição, aos 30 anos Jesus reúne discípulos e apóstolos e começa anunciar a boa nova (o evangelho, em grego): a realização das profecias sobre o Messias (Cristo, em grego) e a instauração do reinado de Deus sobre o mundo a partir de Israel. Considerado blasfemo, É submetido a um processo religioso e acusado de conspirar contra César. É crucificado quando Tibério é o imperador de Roma e Pôncio Pilatos o procurador da Judéia. Cinqüenta dias após sua morte, durante a festa de Pentecostes, os discípulos anunciam que ele ressuscitara e os enviara a pregar por todo o mundo a boa nova da salvação e do perdão dos pecados. Esse é considerado o início da difusão do Cristianismo.


Doutrina cristã- A fé cristã professa que o Deus revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas envia à Terra seu filho como messias salvador. Ele nasce numa família comum, morre, ressuscita e envia o espírito santificador (Espírito Santo) para permanecer no mundo até o fim dos tempos. A mensagem cristã se baseia no anúncio da ressurreição de Cristo, na garantia de que a salvação é oferecida a todos os homens de todos os tempos e na mensagem da fraternidade, à semelhança do amor que o próprio Deus dedica a todos os homens.


Bíblia cristã- A Bíblia é composta pelo Antigo Testamento e pelo Novo Testamento. Este é formado pelos quatro Evangelhos com relatos sobre a vida, mensagem e milagres de Jesus, escritos entre 70 e 100 d.C. e atribuídos aos discípulos Mateus, Marcos, Lucas e João; o livro dos Atos dos apóstolos (enviados, em grego); as cartas atribuídas a Paulo e a outros discípulos; e o Apocalipse, que contém visões proféticas sobre o fim dos tempos, o julgamento final e a volta de Jesus.


Apóstolos de Jesus- Simão Pedro, André, Tiago (filho de Zebedeu), João, Felipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Judas Tadeu, Simão Cananeu e Judas Iscariotes (depois substituído por Matias). São escolhidos pelo próprio Jesus entre todos os seus discípulos para divulgar o evangelho pelo mundo.


Expansão do cristianismo - Os discípulos espalham-se pelas regiões do Mediterrâneo, inclusive Roma, e fundam várias comunidades. Nos três primeiros séculos, os cristão sofrem grandes perseguições, primeiro das autoridades religiosas do judaísmo e, a partir do século 1o d.C., dos romanos. Durante o reinado dos imperadores Nero, Trajano, Marco Aurélio, Dácio e Diocleciano, milhares de cristão são mortos por se recusarem a adorar os deuses do império e a reconhecer a divindade do imperador. Em 313 o imperador Constantino converte-se ao cristianismo, que expande-se por todo o império. Até o século XI, duas grandes tradições convivem no interior do cristianismo: a latina, no Império Romano do Ocidente, com sede em Roma, e a bizantina, no Império romano do Oriente, com sede em Constantinopla (antiga Bizôncio e atual Istambul) . Em 1054, controvérsias teológicas, entre elas a da doutrina da Santíssima Trindade, provocam a ruptura entre as igrejas do Oriente e do Ocidente, que se excomungam mutuamente. O ato só é anulado em 1965, em encontro entre o patriarca oriental Atenágoras I e o papa Paulo VI.
Igreja cristã- Desde o início o cristianismo organiza-se como igreja (do grego ekklesía, reunião), sob a autoridade dos apóstolos e dos seus sucessores. Estes nomeiam anciões (presbíteros, em grego) para dirigir as novas comunidades. Muito cedo surgem os grupos de servidores (diáconos, em grego) para a assistência aos pobres das comunidades. Aos poucos se estrutura uma hierarquia: os reponsáveis pelas comunidades são os bispos (do grego, episcopos, supervisor) auxiliados pelos presbíteros e diáconos.


Festas cristãs- As principais festas são ligadas à vida de Jesus: os católicos celebram o Natal, nascimento de Jesus (25 de dezembro) e os ortodoxos celebram a Epifania, manifestação de Jesus a todos os povos, relacionada com a visita dos Reis Magos (6 de janeiro). A Semana Santa inclui a celebração da Eucaristia (5a feira), a memória da morte de Jesus (6a feira) e a festa da ressureição ou Páscoa (domingo). O Pentecostes, celebrado 50 dias após a Páscoa, comemora a vinda do Espírito Santo. Corpus Christi ou festa do Corpo de Cristo, introduzida no século XII, celebra a presença real de Jesus na Eucaristia.

CRISTIANISMO ORTODOXO
Menos rígido nas formulações dogmáticas, valoriza a liturgia, não aceita uma centralização excessiva e é mais flexível na concepção da estrutura hierárquica da igreja. É porém menos aberto ao diálogo com a filosofia e com as ciências e mais rigoroso nas exigências morais. A partir da ruptura com a igreja ocidental, passa a chamar-se Cristianismo ortodoxo (em grego, reta opinião) e se afirma mais fiel à mensagem cristã primitiva. Os ortodoxos se desenvolvem em torno das quatro sedes antigas, chamadas de patriarcados: Jerusalém, Alexandria, Antióquia e Constantinopla . Mais tarde, são incorporados os patriarcados de Moscou (1589), de Bucareste (1925) e da Bulgária (1953), além das igrejas autônomas nacionais da Grécia, Sérvia, Geórgia, Chipre e da América do Norte. As igrejas ortodoxas reúnem mais de 170 milhões de fiéis em todo o mundo.

Liturgia do cristianismo ortodoxo- Os rituais da igreja ortodoxa são cantados, mas não se usam instrumentos musicais. Veneram-se os ícones e as relíquias dos santos, mas são proibidas imagens esculpidas, exceto o crucifixo. Os sacramentos pelos quais os fiéis entram em comunhão com Deus e entre si são os mesmos da Igreja Romana: o batismo, eucaristia, crisma (ou confirmação da fé, dado junto com o batismo), a penitência (ou confissão, dada antes da eucaristia), o matrimônio, a ordenação sacerdotal e a unção dos enfermos. Os sacramentos dados na Igreja Ortodoxa são validos na Romana, e vice-versa. Os sacerdotes podem casar-se (antes da ordenação), mas não os monges. Os bispos são escolhidos entre os sacerdotes e monges celibatários.

CRISTIANISMO OCIDENTAL
Desenvolve-se em torno de Roma, reivindica o título de católico (do grego, universal) e o primado sobre as outras sedes do cristianismo, argumentando a primazia de Pedro no grupo dos apóstolos. Da conversão de Constantino no século IV até meados do século XVI, a história do catolicismo está intimamente associada à história do Império Romano e dos reinos em que se divide. Sua expansão também está vinculada à expansão da civilização ocidental e ao processo de dominação e aculturação de povos de outras culturas.

Organização da Igreja- A Igreja Católica estrutura-se em regiões geográficas autônomas, as dioceses, dirigidas pelos bispos, vinculados organicamente ao bispo de Roma, o papa. Desde a Idade Média, os papas são eleitos por um grupo de bispos, os cardeais. Atualmente há cerca de 120 cardeais no mundo inteiro, e João Paulo II é o 262o sucessor de Pedro, apóstolo e primeiro papa.


Expansão do cristianismo ocidental- Uma das bases de expansão do catolicismo romano são os mosteiros, comunidades de homens ou de mulheres dedicados inteiramente à oração e ao trabalho e, a partir do século XIII, os conventos de frades e freiras. No período das grandes navegações e descobrimentos, após o século XV, as ordens monásticas e religiosas exercem papel decisivo na difusão do catolicismo na Ásia e nas Américas. Calcula-se em 900 milhões o número de católicos no mundo inteiro.


Liturgia do cristianismo ocidental- Por séculos, o latim é a lingua usada para as celebrações litúrgicas Após o II Concílio do Vaticano (1962-1965) É permitido o uso das linguas locais. Além do canto, a liturgia inclui instrumentos musicais. Os sacramentos são os mesmos da igreja ortodoxa, mas a crisma e a penitência são ministrados separadamente do batismo e da eucaristia. O casamento de sacerdotes é proibido desde a Idade Média. As mulheres não são admitidas ao sacerdócio ordenado (na Igreja Ortodoxa também não).


REFORMA
No século XVI surge entre os católicos um movimento que reivindica a reaproximação da Igreja do espírito do cristianismo primitivo. A resistência da hierarquia da Igreja leva os reformadores a constituírem confissões independentes. Os principais reformadores são Martinho Lutero e João Calvino, no século XVI. A Reforma difunde-se rapidamente na Alemanha, Suíça, França, Holanda, Escócia e Escandinávia. No século XVI surge a Igreja Anglicana e, a partir do século XVII, as igrejas Batista, Metodista e Adventista. As igrejas nascidas da Reforma reúnem cerca de 450 milhões de fiéis em todo o mundo.

Doutrinas dos reformadores- Os pontos centrais da doutrina de Lutero são a justificação de Deus só pela fé e o acesso ao sacerdócio para todos os fiéis. Calvino acrescenta a doutrina da predestinação dos fiéis. As diferenças doutrinais entre os dois dão origem a duas grandes correntes: os luteranos e os calvinistas. A Reforma abole a hierarquia e institui os pastores como ministros das igrejas. As mulheres têm acesso ao ministério e os pastores podem se casar. A liturgia é simplificada e os sacramentos praticados são o batismo e a ceia.


Martinho Lutero (1483-1546) nasce em Eisleben, Alemanha, numa família camponesa. Em 1501 ingressa na Universidade de Erfurt, onde estuda artes, lógica, retórica, física e filosofia e especializa-se em matemática, metafísica e ética. Entra para o mosteiro dos eremitas agostinianos de Erfurt em 1505, torna-se sacerdote e teólogo. Denuncia as deformações da vida eclesiástica em 1517. Acusado de herege, é excomungado pelo papa Leão X e banido por Carlos V, imperador da Alemanha, em 1521. Escondido no castelo de Wartburg e apoiado por setores da nobreza, traduz para o alemão o Novo Testamento. Abandona o habito de monge e casa-se com a ex-freira Catarina von Bora, em 1525.


João Calvino (1509-1564) nasce em Noyon, França, filho de um secretário do bispado de Noyon. Em 1523 ingressa na Universidade de Paris, estuda latim, filosofia e dialética. Forma-se em direito e, em 1532, publica Dois livros sobre a clemência ao imperador Nero, obra que assinala sua adesão à Reforma. Em 1535, já é considerado chefe do protestantismo francês. Perseguido pelas autoridades católicas refugia-se em Genebra. Organiza uma nova igreja, com pastores eleitos pelo povo, e o Colégio Genebra, que se torna um dos centros universitários mais famosos da Europa.


Reforma na Inglaterra- Começa em 1534 com o rompimento do rei da Inglaterra, Henrique VIII, com a Igreja Católica. O rei passa a ser o chefe supremo da Igreja Anglicana ou Episcopal e o seu líder espiritual é o arcebispo de Canterbury. Da Inglaterra, difunde-se para as colônias, especialmente na América do Norte. As igrejas Católica e Anglicana são semelhantes quanto à profissão de fé, a liturgia e os sacramentos, mas a igreja episcopal não reconhece a autoridade do papa e admite mulheres como sacerdotes. A primeira mulher a exercer o ministério episcopal é a reverenda Barbara Harris, da diocese de Massachusetts (EUA), consagrada em 1989.


Pentecostalismo- Surge em 1906 no interior das igrejas reformadas dos EUA e difunde-se rapidamente pelos países do Terceiro Mundo. Os primeiros missionários do pentecostalismo chegam ao Brasil em 1910 e rapidamente conquistam grande número de fiéis. As igrejas pentecostais são as que mais crescem na América Latina. Dão ênfase na pregação do Evangelho, as orações coletivas, feitas em voz alta por todos os fiéis; aos rituais de exorcismos e de curas, realizados em grandes concentrações públicas. A seita mais difundida no Brasil é a Igreja Universal do Reino de Deus .


Islamismo
Uma religião e um projeto de organização da sociedade expresso na palavra árabe islã, a submissão confiante a Alá (Allah, em árabe- Deus, ou "a divindade", em abstrato). Seus seguidores chamam-se muçulmanos (muslimun, em árabe): os que se submetem a Deus para render-lhe a honra e a glória que lhe são devidas como Deus único. Fundado por Maomé, o islamismo reúne hoje cerca de 850 milhões de fiéis e é a religião que mais cresce em todo o mundo.

Maomé (570 d.C.-632 d.C.) (corruptela hispânica de Mohammed, nome próprio derivado do verbo hâmada e que significa “digno de louvor”) nasce em Meca na tribo árabe coraixita, e trabalha como mercador. Segundo a tradição, aos 40 anos recebe a missão de pregar as revelações trazidas de Deus pelo arcanjo Gabriel. Seu monoteísmo choca-se com as crenças tradicionais das tribos semitas e, em 622, Maomé é obrigado a fugir para Iatribe, atual Medina, onde as tribos árabes vivem em permanente tensão entre si e com os judeus. Maomé estabelece a paz entre as tribos árabes e com as comunidades judaicas e começa uma luta contra Meca pelo controle das rotas comerciais. Conquista Meca em 630. Morre dois anos depois, deixando uma comunidade espiritualmente unida e politicamente organizada em torno aos preceitos do Corão.
Comunidade do Islã- A fuga de Maomé de Meca para Medina, em 622, chamada hégira (busca de proteção) marca o início do calendário muçulmano e indica a passagem de uma comunidade pagã para uma comunidade que vive segundo os preceitos do Islã. A doutrina do profeta e a idéia de comunidade do Islã (al-Ummah) formam-se durante a luta pelo controle de Meca: todos os muçulmanos são irmãos e devem combater todos os homens até que reconheçam que só há um Deus .


Corão - Livro sagrado do islamismo, o Corão (recitação) é revelado a Maomé pelo arcanjo e redigido ao longo dos cerca de 20 anos de sua pregação. É fixado entre 644 e 656 sob o califado de Uthman ibn Affan: são 6.226 versos em 114 suras (capítulos). Traz o mistério do Deus-Uno e a história de suas revelações de Adão a Maomé, passando por Abraão, Moisés e Jesus, e também as prescrições culturais, sociais, jurídicas, estáticas e morais que dirigem a vida individual e social dos muçulmanos.


Suna- A segunda fonte doutrinal do islamismo. É um compêndio de leis e preceitos baseados nos ahadith (ditos e feitos), conjunto de textos com as tradições relativas às palavras e exemplos do Profeta.


Deveres dos muçulmanos- Todo muçulmano deve prestar o testemunho (chahada), ou seja, professar publicamente que Alá é o único deus e Maomé é seu profeta; fazer a oração ritual (salat) cinco vezes ao dia (ao nascer do Sol, ao meio-dia, no meio da tarde, ao pôr-do-sol e à noite), voltado para Meca e prostrado com a fronte por terra; dar a esmola legal (zakat) para a purificação das riquezas e a solidariedade entre os fiéis; jejuar do nascer ao pôr-do-sol, durante o nono mês do calendário muçulmano (Ramadan); e fazer uma peregrinação (hadjdj) a Meca ao menos uma vez na vida, seja pessoalmente, se tiver recursos, ou por meio de procurador, se não tiver.


Festas Islâmicas- A Grande Festa ou Festa do Sacrifício (Eid Al-Adha) É celebrada no dia 10 do mês de Thul-Hejjah (maio/junho). A Pequena Festa (Eid Al-Fitr), celebrada nos três primeiros dias do mês de Shaual (março/abril), ao final do jejum do mês de Ramadan (fevereiro/março), comemora a revelação do Corão. Celebra-se ainda a Hégira, o Ano-novo do calendário muçulmano, no dia 1o do mês de Al-Moharam (junho/julho), e o aniversário de nascimento do Profeta, no dia 12 do mês de RabiÆI (agosto/setembro).


Calendário muçulmano- Mede o ano pelas 12 revoluções completas da Lua em torno da Terra e é, em média, 11 dias menor do que o ano solar. A hégira, fuga de Maomé de Meca, marca o Ano-novo. O ano em curso (1994/1995) é o 1.415o da hégira.


DIVISÕES DO ISLAMISMO
Os muçulmanos estão divididos em dois grandes grupos, os sunitas e os xiitas. Essas tendências surgem da disputa pelo direito de secessão a Maomé. A divergência principal diz respeito à natureza da chefia: para os xiitas, o líder da comunidade (imã) é herdeiro e continuador da missão espiritual do Profeta; para os sunitas, É apenas um chefe civil e político, sem autoridade espiritual, a qual pertence exclusivamente à comunidade como um todo (umma). Sunitas e xiitas fazem juntos os mesmos ritos e seguem as mesmas leis (com diferenças irrelevantes), mas o conflito político é profundo.

Sunitas- Os sunitas são os partidários dos califas abßssidas, descendentes de all-Abbas, tio do Profeta. Em 749, eles assumem o controle do Islã e transferem a capital para Bagdá. Justificam sua legitimidade apoiados nos juristas (alim, plural ulemßs) que sustentam que o califado pertenceria aos que fossem considerados dignos pelo consenso da comunidade. A maior parte dos adeptos do islamismo é sunita (cerca de 85%). No Iraque a maioria da população é xiita, mas o governo é sunita.


Xiitas- Partidário de Ali, casado com Fátima, filha de Maomé, os xiitas não aceitam a direção dos sunitas. Argumentando que só os descendentes do Profeta são os verdadeiros imãs: guias infalíveis em sua interpretação do Corão e do Suna, graças ao conhecimento secreto que lhes fora dado por Deus. São predominantes no Irã e no Iêmen. A rivalidade histórica entre sunitas e xiitas se acentua com a revolução iraniana de 1979 que, sob a liderança do aiatolá Khomeini (xiita), depõe o xá Reza Pahlevi e instaura a Republica islâmica do Irã.


Outros grupos- Além dos sunitas e xiitas, existem outras divisões do islamismo, entre eles os zeiitas, hanafitas, malequitas, chafeitas, bahais, sunitas, drusos e hambaditas. Algumas destas linhas surgem no início do Islã e outras são mais recentes. Todos esses grupos aceitam Alá como deus único, reconhecem Maomé como fundador do Islamismo e aceitam o Corão como livro sagrado. As diferenças estão na aceitação ou não da Suna como texto sagrado e no grau de observância das regras do Corão.
(Fonte: desconhecida)
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