30 de jan. de 2010

Drogadictos

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Juventude medicada

Eduardo é um garoto de dez anos que adora ir à escola, mas não gosta de estudar. As delícias da escola, para ele, estão na chegada, no recreio e na volta para casa. Já as aulas são um martírio. O problema é que Eduardo não consegue parar, tampouco prestar atenção. O corpo de Eduardo o controla.

Ele não aprendeu que pode controlar seu corpo e que precisa se esforçar para focar a atenção e aprender. Então ele brinca, fala e pula o tempo todo.

A mãe de Eduardo não se conforma com as notas baixas e com as constantes reclamações sobre seu comportamento.

"Ele é um aluno inteligente, mas é hiperativo", disse um dia sua professora. Eduardo foi levado a vários médicos que disseram à mãe que o garoto nada tinha. Mas ela não desistiu até encontrar um que dissesse que Eduardo é portador do transtorno de deficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e indicasse uma medicação. Hoje, o menino toma um remédio e isso deixa todos os adultos que convivem com ele tranquilos.

Claudia é uma adolescente de 15 anos com um tipo físico que ela chama de "cheinho": ela não é magra como se exige atualmente nem consegue ser.

As amigas são bem magras e, na visão de Claudia, fazem sucesso com os garotos por causa disso.

A garota sofre e está sempre triste. A mãe a colocou para fazer terapia, mas isso já faz um ano e a menina continua triste.

Então, alguém disse à mãe que levasse a filha a um psiquiatra.

Ela não consultou um, mas vários. No fim da jornada, conseguiu o que buscava desde o início: a indicação de um antidepressivo. Hoje Claudia toma um comprimido por dia e sua mãe está bem mais feliz.

Paula e Ricardo são amigos.
No ano passado, fizeram cursinho enquanto terminavam o segundo grau para prestar vestibular em uma universidade concorrida. Apesar de a família dos dois jovens não pressionarem, eles próprios se pressionaram além da conta porque queriam entrar na faculdade neste ano a qualquer custo.

Isso gerou uma ansiedade sem tamanho nos dois: palpitações, crise de choro, desânimo, irritação excessiva e insônia, entre outros, foram sintomas que se alternaram e transformaram a vida dos dois jovens em um inferno. O ginecologista da garota receitou um ansiolítico e ela indicou o remédio para o amigo. Até hoje os dois tomam o comprimido.

Rafael é um jovem com pouco mais de 20 anos, fanático por musculação e escultura do corpo. Na academia, aprendeu que podia facilitar o trabalho tomando anabolizante, que ele já indicou para vários conhecidos.

Está feliz com os resultados.
Os nomes citados são fictícios, mas as histórias, reais. E, ao contrário do que possamos pensar, não são casos isolados.

Tomar medicamentos na infância e na adolescência tem sido um fato muito mais corriqueiro do que deveria ser.

Pelo jeito, estamos estimulando a formação de uma geração de drogadictos -pessoas com dependência, física ou psíquica, de substâncias químicas- usuários de remédios. E nos preocupamos tanto com o uso das drogas ilícitas pelos jovens, não é verdade?

ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha)
roselysayao@uol.com.br
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq2801201007.htm
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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Um comentário:

  1. Meu querido, esta questão talvez seja uma das mais preocupantes da sociedade moderna: o bombardeiro de química em nossos corpos! Li no fantástico livro 'As Crianças Índigo' que o o Transtorno da Deficiência da Atenção e Hiperatividade (TDAH), manifesta-se na maioria das vezes em crianças extremamente inteligentes, espíritos maduros e muito antigos, reencarnado massivamente que, em corpos de crianças, apresentam o psiquismo avançado e por isso o excesso de atividade e falta de atenção na escola, afinal, para eles nada mais é novidade. Se a orientação destas crianças fosse abordada de maneira diversa e criativa, nenhuma delas precisaria ser bombardeada com a famigerada 'Ritalina', medicamento 'da moda' que transforma as pobres crianças em autômatos. Li inclusive que com tais crianças pode-se abordar assuntos mais complexos e rebuscados e não é preciso tratá-las como 'bobonas'.
    Já o assunto que tange à depressão é igualmente grave: as pessoas supervalorizam o ego e a imagem que precisam apresentar para a sociedade, esquecendo-se do cultivo dos verdadeiros espirituais, então, se entopem de substâncias que depreciam a delicada atividade do cérebro, mas não bloqueiam, certamente, o funcionamento da mente, que atributo do espírito imortal, sendo que para se equilibrar, a mente desencadeia a reação de retração ou expansão, que não ocorre a contento com as intervenções químicas dos medicamentos. Hoje em dia, toda e qualquer melancolia ou estado de tristeza passageiro costuma ser diagnosticado como depressão e as pessoas são impedidas de utilizarem sua poderosa força mental para reagirem por si mesmas e se reequilibrarem. O resultado é que a humanidade tem ficado com seus nervos em 'frangalhos', sendo que, por conta da depleção da atividade mental, bloqueda pelos medicamentos usados indiscriminadamente, toda e qualquer decisão corriqueira do dia a dia parece um calvário para as pessoas. A Espiritualidade nos ensina que todo deprimido, outrora, abusou da arrogância e supervalorizou seu ego em detrimento de seus irmãos... Se todos buscassem nas máximas Evangélicas lenitivos para seus males, na maioria das vezes fáceis de se vencer por si só, seriam, com certeza, mais felizes. Lembremos o que o doce Mestre nos disse: 'Aquele que se humilha, será exaltado perante Meu Pai'. Beijos!

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