10 de dez. de 2009

Meditar é um ato de amor

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MEDITAR É UM ATO DE AMOR

Falarei de minha experiência de doze anos de prática de meditação.

Quero começar dizendo que talvez o que mais tenha me chamado atenção nessa prática é a simplicidade, é a espiritualidade ao alcance de todos, independente de raça, cor, sexo ou classe social.

É simples, sentar-se, fechar os olhos, começo a ouvir os sons externos, e aos poucos vou interiorizando e me conectando comigo mesma, sentindo a respiração, os batimentos cardíacos, até esquecer do corpo.

Em uma posição confortável, naturalmente relaxo. Aos olhos do mundo, estou parada, de olhos fechados, quase que estática, mas por dentro observo várias sensações, pensamentos, desejos, sentimentos, sonhos, talvez um turbilhão ou uma calmaria, depende do dia, depende do momento.

É como se olhar no espelho por dentro, enxergar claramente o que está acontecendo na mente e no coração. Amplia-se a visão do meu interior, entendendo a natureza do ser humano, as contradições, a dualidade do ser, e de repente observo então o silêncio, um branco, uma parada na mente, um vazio que ao mesmo tempo preenche todo o ser de amor, deixando a sensação de ser tudo o que preciso para ser feliz, então passo a depender menos do que tenho para depender mais do que sou. É uma sensação difícil de traduzir em palavras, pois me parecem muito grosseiras em relação à sutileza vivenciada neste momento que tento descrever.

Vejo as minhas fraquezas, as minhas limitações, mesmo que leve tempo, muito ou pouco, é um caminho, é um processo de auto-conhecimento intenso.

O espaço entre o que realmente sou e o que a sociedade determina que eu seja começa a se estreitar, por que já não me importa mais seguir padrões de comportamento (seja de que tipo for), por que aprendi a amar a mim própria, a melhorar o que precisa ser revisto dentro de mim. Os referenciais mudam, e noto uma infinidade e diversidade de possibilidades na vida, assim como existe em toda natureza.

Com o tempo, percebi diversos padrões de comportamentos e de pensamentos, que não serviam para nada a não ser para criar bloqueios mentais e emocionais em minha vida, impulsionando-me para baixo, portanto aprendi a deixá-las todas para trás, é o tal do desapego.

Aprendi que a mente é um laboratório onde podemos fazer diversos experimentos na forma de pensar, que os resultados serão diferentes, seja no nosso sentimento, seja em nossas atitudes. E a questão é que aprendemos a regular a mente, e trazer para nós aquilo que nos faz bem, enfim aquilo que nos leva ao nosso objetivo maior que é a união com Deus.

Acredito que o crescimento espiritual seja infinito, e ao passo que sigo na prática meditativa, percebo que o caminho a percorrer é longo. Não adianta escrever muito ou falar muito sobre essas experiências, por que a vida espiritual só se conhece vivenciando-a, não depende de compreensão intelectual, é totalmente prática.
Desejo a todos que os corações se encham de amor fraterno.

Autora: Gisele Camargo Leal
São Gabriel do Oeste-MS
Julho de 2006
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