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Grande Colisor de Hádrons
O primeiro choque de partículas no Grande Colisor de Hádrons (LHC), o acelerador gigante do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), foi registrado na tarde desta segunda-feira (23nov2009). O choque ocorre três dias após a reativação do Grande Colisior de Hádrons (LHC), que ficou 14 meses sem operar por uma série de problemas técnicos. As primeiras colisões foram bastante comemoradas pela equipe de cientistas. "É uma grande vitória por termos percorrido um longo caminho em tão pouco tempo", declarou Rolf Heuer, diretor-geral do Cern.
"Foi uma festa na sala de controle, todo mundo comemorou quando ocorreram as primeiras colisões" - comentou Jurgen Schukraft, porta-voz da equipe. "Os sinais (gerados pelas colisões de partículas) que vimos são magníficos", disse Andrei Golutvin, outro porta-voz do centro.
"Tudo está funcionando como previsto, em excelentes condições", afirmou em entrevista coletiva Steve Myers, um dos diretores responsáveis pelo acelerador, denominado Grande Colisor de Hádrons (LHC, em inglês). “Fizemos medições que normalmente são feitas em aceleradores várias vezes testados", acrescentou.
O LHC voltou a funcionar na última sexta-feira, com o lançamento de feixes em uma só direção, depois de 14 meses paralisado. Durante esse tempo, foram reparados dois erros técnicos ocorridos em setembro de 2008, apenas nove dias depois da máquina entrar em operação em meio a uma grande expectativa da comunidade científica internacional.
O enorme acelerador, de 27 quilômetros de comprimento, está situado a 100 metros de profundidade no Cantão de Genebra (Suíça), na fronteira com a França. "É o fim de 20 anos de esforços, e o princípio de outra nova e fascinante fase", afirmou Fabiola Gianotti, porta-voz do Atlas, um dos quatro detectores de partículas do acelerador.
Cautela
"Demos um grande passo, e foi um grande êxito. Agora começa a segunda parte da viagem", disse, por sua vez, Tejinder Virdee, porta-voz do CMS, segundo maior detector que compõe o LHC. A colisão foi possível ao fazer a interseção de feixes opostos que circularam no experimento.
"Primeiro precisamos observar como eles circulam, e devemos identificá-los com absoluta certeza para podermos manipulá-los. Queremos proteger o acelerador e nos certificarmos de que o processo é seguro", explicou Myers. "Vamos seguir passo a passo, faremos testes para comprovar que o LHC funciona perfeitamente. Faremos também as mudanças necessárias e, quando tivermos confiança total no acelerador, então faremos as colisões a alta velocidade", disse o diretor-geral do CERN, Rolf Heuer.
Novas janelas para a ciência
Quando o LHC funcionar em plena capacidade, será possível recriar os instantes seguintes ao "Big Bang", o que dará informações chaves sobre a formação do universo e confirmará ou não a teoria da física, baseada no Bóson de Higgs.
A existência dessa partícula, que deve seu nome ao cientista que há 30 anos previu sua existência, é considerada indispensável para explicar por que as partículas elementares têm massa e por que as massas são tão diferentes entre elas.
Myers especificou que a ideia é fazê-las alcançar uma velocidade de 1.2 TeV (teraelétron-Volts) nas próximas semanas. Apenas em meados do ano que vem ela chegaria a 3.5 TeV. "Esperamos que a 3.5 TeV já possamos observar algo novo, mas ainda não temos certeza disso", afirmou Gianotti.
"Pode ser que a essa velocidade já possam ser abertas novas janelas para a ciência. É o que todos esperamos, mas não podemos garantir", acrescentou Heuer. O passo seguinte seria fazer testes a 7 TeV por feixe.
"A natureza é mais elegante que as suposições dos humanos, vamos deixar que ela nos surpreenda", disse Gianotti. Para a construção do LHC foram investidos 12 anos de trabalho, cerca de 4 bilhões de euros (equivalentes a mais de R$ 10,3 bilhões) , e o esforço combinado de 7 mil cientistas.
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Da Redação, com EFE e AFP
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