16 de out. de 2009

Laboratório das Meninas

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Laboratório das meninas

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Mayana teve a ideia de convidar alunos do ensino médio a frequentarem os laboratórios da USP por um ano
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QUANDO ERA adolescente, Mayana Zatz já sabia que gostaria de passar a vida num laboratório pesquisando genética. Foi uma das últimas gerações de estudantes de escolas estaduais capazes de entrar na USP sem fazer cursinho. Neste mês, ela apresenta uma de suas experiências em laboratório, em que a maioria das cobaias vem, como ela, de escolas públicas -e quase todas meninas. Mas não tem nada a ver com genética.
Pró-reitora de pesquisas da USP, Mayana teve a ideia de abrir os laboratórios da universidade para alunos de escolas públicas. Seriam acompanhados por pesquisadores dos diversos departamentos da USP. "A vivência com o laboratório fez deles pessoas mais curiosas e autoconfiantes. Ficar naquele ambiente é sentir um pouco de magia", afirma Mayana.
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Mayana ainda sente essa magia nas pesquisas que a projetaram mundialmente como uma das principais defensoras, no Brasil, de pesquisas com células-tronco -antes da pró-reitoria, assumiu a coordenação do Centro de Estudos do Genoma Humano. Via também como os alunos mais interessados nos programas de iniciação científica desenvolviam maior aptidão para as descobertas.
Foi daí que veio a proposta de convidar alunos do ensino médio a frequentarem os laboratórios por um ano. "Seria um jeito de aproximá-los da USP." Demorou até a ideia sair do papel. Enfrentou a burocracia da Secretaria Estadual da Educação e, ao mesmo tempo, a resistência de alguns responsáveis pelos laboratórios. Cada aluno recebeu uma espécie de bolsa de iniciação científica no valor de R$ 150; o pesquisador também recebeu uma bolsa para acompanhar as experiências.
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As desconfianças foram, aos poucos, se dissipando quando os pesquisadores observavam o interesse dos estudantes -a maioria deles nem imaginava que, algum dia, poria os pés naquela universidade. Tornaram-se leitores vorazes. "No final, teve projeto que vai ser patenteado. Alguns professores querem tê-los de volta", conta Mayana.
Nesse próximo dia 29, na USP, os trabalhos serão apresentados e, segundo está previsto, com a presença do governador José Serra. O objetivo é não só ampliar o número de vagas mas também levar esse projeto a outras universidades brasileiras. "Vemos que dá certo." Segunda ela, esse é um dos mecanismos para desmistificar as ciências e mostrar o valor da experimentação -algo que, dificilmente, ocorre em escolas públicas, onde, em geral, faltam professores de ciências.
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A experiência ensinou que existe uma espécie de nova genética escolar. No dia da apresentação, na USP, se verá que 80% dos responsáveis pelos trabalhos são meninas que, nas provas de seleção da secretaria estadual, bateram os meninos.
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PS - Essa história serve para sintetizar as comemorações, nesta semana, dos dias da Criança, do Professor e da Leitura. O melhor jeito de estimular a educação é, antes de mais nada, estimular a curiosidade.

GILBERTO DIMENSTEIN
gdimen@uol.com.br
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1410200903.htm
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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