14 de mai. de 2009

Árvores

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O cristão verdadeiro é o que respeita o pensamento do outro

Nós somos como nem as plantas. O Nazareno nos comparou com as árvores, ensinando que elas são conhecidas pelos seus frutos, que, se forem bons, elas são também boas, e vice-versa.

E quem tem consciência de alteridade ou respeito ao pensamento do outro, iguala-se a uma boa árvore. Isso vale também para sabermos se um espírito (alma) é bom ou não (1 João 4,1). Se suas palavras e atitudes através do médium (profeta) estiverem em sintonia com o ensino do Mestre dos mestres, esse espírito é bom, caso contrário, ele não é de Deus. Ainda é impuro ou inda não purificado. Esse espírito não traz, pois, luz. Ele precisa da luz da evangelização e de preces.

O Jornal O TEMPO é um bom exemplo de respeito ao pensamento do outro, pois nele todos os colunistas, cronistas e leitores manifestam livremente a sua opinião. No Fórum dos leitores, por exemplo, os comentários são muito variados. Sobre as ideologias políticas, apesar do fim do marxismo, uns defendem a esquerda. Outros exaltam o capitalismo, não obstante os seus erros a serem ainda corrigidos. Torcedores do Atlético, Cruzeiro e América falam o que querem sobre seus times. Católicos, evangélicos e espíritas, todos defendem suas doutrinas. O Fórum é, pois, como uma colcha de retalhos, formando um painel de opiniões diversas. Até os ateus nele se manifestam. E assim, colunistas, cronistas, articulistas e os próprios leitores manifestantes são elogiados e criticados. O jornal O TEMPO está, pois, de parabéns. Realmente, politicamente falando, podemos dizer que esse importante diário da imprensa de Minas é mesmo democrático em toda a acepção da palavra. E essa sua filosofia está em perfeita consonância com a liberdade de pensamento que Deus nos deu, pois não foi à toa que Ele nos criou com livre-arbítrio.

Religião mexe com todo mundo. Por exemplo, nesta coluna, eu estou, como se diz, entre um fogo cruzado, pois nela externo minhas ideias espiritualistas com as quais mais me identifico. Assim, automaticamente, agrado a uns e desagrado a outros. Mas quem seria capaz de agradar a todos, se em cada cabeça há uma sentença? Mesmo em casos sérios que envolvem o destino das pessoas, como nas sentenças de um juiz, num corpo de jurados ou dos ministros do Supremo Tribunal Federal, há opiniões divergentes. Nem Jesus, o ser humano mais perfeito que existe, foi capaz de satisfazer a todos. Daí que os sacerdotes judeus tramaram a sua morte por crucificação.

Assim como as árvores, que, apesar de suas características diferentes, convivem uma ao lado da outra, mesmo que as suas vizinhas sejam plantas daninhas, temos que saber conviver também uns com os outros, tolerando as diferenças de cada um. O apóstolo dos gentios disse que não nos devemos considerar melhores do que os outros. É que as nossas diferenças são inevitáveis. E ele ensinou que as divisões (heresias) são mesmo necessárias (1Coríntios 11,19). Também o Nazareno, sabendo que as nossas ideias são subjetivas e heterogêneas, quando não antagônicas, pontificou que não condenemos ninguém e que amemos os nossos semelhantes, como Ele nos amou, isto é, de modo incondicional, pois temos que amar até os nossos inimigos.

Implantemos o reino de Deus na Terra, de um só rebanho e um só pastor, formando todos nós uns com os outros, com Jesus e com Deus uma união, como nem as árvores, que, apesar de suas diferenças, elas convivem harmoniosamente umas com as outras, lado a lado, em união, sem a qual não existiriam as florestas!

José Reis Chaves
Teósofo e biblista
jreischaves@gmail.com
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Fonte:
http://www.otempo.com.br/otempo/colunas/?IdEdicao=1291&IdColunaEdicao=8507
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