7 de abr. de 2009

O Livro dos Espíritos

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Homenagem a “O Livro dos Espíritos”
Eduardo do Couto Ferreira

O mês de abril é sempre de extrema importância para os espíritas, pois nele comemoramos o aniversário de publicação de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec. Essa obra foi publicada em 18 de abril de 1857 e marcou o fim de uma era e início de outra, e, forçoso é reconhecer, alterou a estrutura do pensamento moderno da cultura, da ciência e civilização, bem como da filosofia e da fé. A uma observação superficial, poderá parecer ao leigo uma supervalorização de um livro. Porém esse foi o marco do surgimento do Espiritismo na Terra e, com ele, a mudança de paradigmas vigentes até então.

Antes dele, a fé encontrava-se aferrada aos dogmas de uma crença tradicional, imposta que era, como verdade, sem o real entendimento e elucidação dos principais enigmas da vida humana. Depois dele tornou-se a fé uma aliada fiel da razão, na qual o sentimento de religiosidade deve vir acompanhado das explicações que libertam e das respostas às dúvidas que surgem.

Antes dele, os princípios de crença eram vigentes no campo cultural, para não dizer da especulação intelectual, no qual careciam as bases sensatas de demonstrações para melhor fixação da crença. Depois dele todo crente encontra comprovações inequívocas da imortalidade e das verdades relativas ao mundo espiritual.

Antes dele a ciência caminhava materialista, pois não confiava na fé. Depois dele a fé uniu-se à razão, e nasceu uma ciência espiritualista que conecta as bases centrais de um método experimental, lógico, aos postulados de primeira grandeza que os interesses religiosos advogam.

Antes dele havia o perigo de que as ideias materialistas e de negação de Deus se espalhassem ainda mais pelo mundo e provocassem os danosos efeitos que a vulgarização dessa não-crença pode provocar. Depois dele o materialismo encontrou-se derrotado, vencido, sem base de argumentação, pois naquele momento as argumentações desabavam ante a lógica incontestável da Doutrina Espírita.

Antes dele os livros sagrados eram vistos por muitos adeptos como instrumento de divisão entre as religiões. Depois dele essas correntes religiosas começaram a marchar na direção de uma unificação de bases de fé, de um único Deus, de um só rebanho e de um só Pastor.

Antes dele muitas passagens da vida de Jesus e seus ensinos eram de difícil interpretação, pelo simbolismo que apresentavam. Depois dele tudo se tornou mais claro e compreensível, cumprindo a promessa de Jesus de que o Consolador traria coisas novas e relembraria outras que por certo ficariam esquecidas.

Quando veio a lume, em Paris, foi um marco para as futuras conquistas intelectuais e morais, que abriria a era do século XX e dos séculos porvindouros. Na atualidade, ante as crescentes iniciativas de união entre os povos, de aproximação entre ciência e fé, de amadurecimento religioso, percebemos “O Livro dos Espíritos” cumprindo seu papel na evolução do mundo. E, em face disso, agradecidos a Deus nos haver concedido a todos o benefício de desfrutar dos seus abençoados ensinos, saudamos mais uma primavera entre nós.
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Fonte:
http://www.oclarim.com.br/?id=7&tp_not=1&cod=392
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Ana Terra

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