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A lei do amor deve suprir toda união
Ainda discorrendo sobre o casamento, Allan Kardec afirma que “nem a lei civil, nem os compromissos que ela faz contrair podem suprir a lei do amor se esta lei não preside a união; disso resulta que, frequentemente, o que se une à força, se separa por si mesmo; que o juramento que se pronuncia ao pé do altar torna-se um perjúrio se dito como uma fórmula banal; daí as uniões infelizes, que acabam por tornar-se criminosas; dupla infelicidade que se evitaria se, nas condições do casamento, não se fizesse abstração da única lei que o sanciona aos olhos de Deus: a lei de amor.
Quando Deus disse: ‘Vós não sereis senão uma mesma carne’; e quando Jesus disse: ‘Vós não separareis o que Deus uniu’, isso se deve entender da união segundo a lei imutável de Deus, e não segundo a lei variável dos homens”.
O item conclusivo do Cap. XII, o nº 4, traz o seguinte esclarecimento:
“A lei civil é, pois, supérflua, e é preciso retornar ao casamento segundo a Natureza? Não, certamente, a lei civil tem por objetivo regular as relações sociais e os interesses das famílias, segundo as exigências da civilização; eis porque ela é útil, necessária, mas variável, deve ser previdente, porque o homem civilizado não pode viver como o selvagem; mas nada, absolutamente nada, se opõe a que seja o corolário da lei de Deus; os obstáculos para o cumprimento da lei divina resultam dos preconceitos e não da lei civil. Esses preconceitos, se bem que ainda vivazes, já perderam seu império entre os povos esclarecidos; eles desaparecerão com o progresso moral, que abrirá, enfim, os olhos sobre os males sem número, as faltas, os próprios crimes que resultem de uniões contraídas tendo em vista unicamente os interesses materiais; e se perguntará um dia se é mais humano, mais caridoso, mais moral, unir indissoluvelmente um ao outro seres que não podem viver juntos, do que lhes dar a liberdade, se a perspectiva de uma cadeia indissolúvel não aumenta o número das uniões irregulares.”
Que possamos concluir, com recomendações ao livro Caminho, Verdade e Vida, recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, e lançado pela Federação Espírita Brasileira, com prefácio datado de Pedro Leopoldo, 2 de setembro de 1948, estudando o trecho de Atos,73, que depois de nos alertar que “a família não seria a parentela, mas a parentela converter-se-ia, mais tarde, nas santas expressões da família”, complementa:
“A caminho de Jesus, será útil abandonar a esfera de maledicências e incompreensões da parentela e pautar os atos na execução do dever mais sublime, sem esmorecer na exemplificação, porquanto, assim, o aprendiz fiel estará exortando-a, sem palavras, a participar dos direitos da família maior, que é a de Jesus Cristo.”
Leitor amigo, no casamento ou fora dele, não nos esqueçamos de que o respeito, a compreensão, a paciência infinita para com as faltas alheias deverão sempre nortear-nos os passos, já que todos aspiramos a uma vida onde reinem a Paz e a Alegria, recomendada pelo Apóstolo dos Gentios, e ainda permanecemos num mundo de provas e expiações, o qual ainda necessitamos habitar.
Elias Barbosa
Clínico geral e psiquiatra
eliasbarbosa34@terra.com.br
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Fonte:
http://www.jmonline.com.br/novo/?noticias,22,ARTICULISTAS,6824
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29 de mar. de 2009
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