28 de ago. de 2008

Superação























Em tempos de olimpíadas vi um cartaz no quadro de aviso da academia: venham pedalar neste sábado, três horas de spinning.

Para quem não sabe, spinning é um esporte que se pratica sobre bike, digo, bicicleta, indoor, ou seja dentro de uma sala de aula, com música e muita agitação.

Pratico spinning há cinco anos, duas a três vezes por semana, uma hora.

Pedalar por três horas seguidas considerei uma proposta indecente da professora. Resolvi tentar. Estou treinando corrida para a próxima São Silvestre, de maneira que qualquer exercício que me mantenha em forma é bem vindo.

Armei-me de coragem e fui. Primeira, segunda e terceira horas, dei o meu máximo. Suei a camisa. No final a Vivi,nossa mestra do pedal, perguntou quanto tempo fazia que não fazíamos algo pela primeira vez? Boa pergunta.

Muito tempo! Pela primeira vez eu pedalara por três horas consecutivas e me sentia maravilhosa.
Interessante esta pergunta:há quanto tempo você não faz alguma coisa pela primeira vez?

Depois de algumas décadas de vida temos a impressão de que já vimos de tudo e que já vivemos todas as experiências que poderíamos ter vivido. Só vivemos coisas novas quando viajamos. Conhecemos outros países, outros costumes, outros povos. Entretanto, a cada dia podemos fazer algo de novo.

Como diz a música dos titãs,podemos ver o sol nascer, de diferentes pontos da cidade, ou ver o sol se por.

Podemos conversar com um desconhecido no metrô. Pegar outra rua para chegar em casa. Comer alguma coisa diferente. Dançar em outro clube. São Paulo está repleto de lugares e coisas novas a cada dia. Há pessoas que vivem na mesmice durante toda uma vida. Adoram a rotina. Qualquer coisa que saia do cotidiano as espanta e estressa. Melhor ficar onde estou e do jeito que eu já conheço. É mais seguro, sem dúvida.

Mas, porque não tentar coisas novas? Porque não se superar? Em tempos de Michael Phelps,o monstro imbatível das piscinas, ou de Usain Bolt o jamaicano com asas nos pés, vamos ficar só observando?

Será que as olimpíadas que nos mostram, a cada 4 anos, que o homem pode sempre superar seus recordes, não traria uma mensagem de superação individual também?

Porque não voltar a pedalar no Ibirapuera? Dançar como na juventude? Comer pipoca no cinema? Conhecer um outro parque? Visitar um museu que ainda desconhecemos?

Mudar um pouco a nossa rotina e ver o sol do pico do Jaraguá? Pode ser até do terraço Itália. Escalar uma montanha em Monte Verde? Voltar a fazer alguma coisa que não fazemos desde há dez ou vinte anos, só porque ficamos mais velhos e mais responsáveis?

Cada um de nós sabe o que pode fazer pra mudar pra melhor o seu dia.

Falando em superação, em Phelps, Bolt ou mesmo do nosso querido Cielo,que tal nos superarmos em alguma coisa e batermos nosso recorde?

Sabe aquele vício que carregamos há anos? Seja cigarro, chocolate ou chopp? Ou mesmo a maledicência, a inveja o orgulho?

Seria ótimo aproveitarmos estas olimpíadas para vencer a nos mesmos. Estes maravilhosos atletas nos ensinam a cada competição o quanto podemos fazer por nós mesmos.

Seja em esporte, em cultura, em atitude, todos nós a cada dia podemos ser melhor do que fomos ontem. Como os atletas, devemos encerrar a prova já imaginando como vamos nos superar na próxima. Cada fracasso deve ser usado como experiência. Cada medalha de bronze nos conduzir para a de prata, sem nunca desistirmos de conquistar o ouro.

O corpo, este veículo tão frágil e passageiro, será apenas um veículo, mesmo para a Maureen Maggi.

Não carregaremos o ouro olímpico para o além. Nem mesmo o Phelps. Se ele não se tornar um indivíduo melhor, nenhuma de suas medalhas terá valido a pena.

Sinto que superei muitas mazelas já nesta vida. Sinto outras tantas a serem superadas. Quero estar lúcida e atenta aos meus pontos fracos e meus vícios para poder superá-los um a um. Mesmo que não fature nenhuma medalha, quero ter certeza de que morri batalhando. Certeza que dei do meu máximo. Que não vacilei diante das provas. Que não tive medo do novo, do desconhecido. Certeza de que não estou aqui a passeio. Que aproveitei todas as oportunidades. Que nunca tive receio de fazer algo de novo a cada dia. Que tentei transmitir aos que estiveram por perto, que viver é uma experiência que vale a pena.

Edna Sbrissa - São Paulo-SP
26 de agosto de 2008
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