
O Senhor do Mundo
Num belo apólogo, conta Rabindranath Tagore, que um lavrador, a caminho de casa, com a colheita do dia, notou que em sentido contrário, vinha suntuosa carruagem, revestida de estrelas.
Contemplando-a, fascinado, viu-a estacar, junto dele e, semiestarrecido, reconheceu a presença do Senhor do Mundo, que saiu dela e estendeu-lhe a mão a pedir-lhe esmolas...
"O quê?!", refletiu espantado - "o Senhor da Vida a rougar-me auxílio, a mim, que nunca passei de mísero escravo na aspereza do solo?!"
Conquanto excitado e mudo, mergulhou a mão no alforje de trigo que trazia e entregou ao Divino Pedinte apenas um grão da preciosa carga.
O Senhor agradeceu e partiu.
Quando, porém, o pobre homem do campo tornou a si do próprio assombro, observou que doce claridade vinha do alforje poeirento... O grânulo de trigo do qual fizera sua dádiva, tornara à sacola, transformado em pepita de ouro luminescente...
Deslumbrado, gritou:
"Louco que fui! Por que não dei tudo o que tenho ao Soberano da Vida?
Na atualidade da Terra, quando o materialismo compromete edificações veneráveis da fé no caminho dos homens, sabemos que o Cristo pede cooperação para a sementeira do Evangelho Redivivo que a Doutrina Espírita veicula. E, entregando este livro humilde à circulação das idéias renovadoras - trabalho despretencioso que não chega a valer um grão de trigo da verdade - imagino, nessas cartas e crônicas, que passo às mãos do leitor amigo, um punhado de palavras para o lume da Nova Revelação e repito, reverente, ante a bondade do Eterno Amigo:
Ah, Senhor! Compreendo a significação de teus apelos e a grandeza de Tua munificência. Mas perdoa ao pequenino servo que sou, se nada mais tenho de mim para lhe dar!
IRMÃO X (Em sua Dedicatória, no livro Cartas e Crônicas - Uberaba, 18 de Abril de 1966.)
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Colaboração: Luciano de Almeida Peruci - São Paulo-SP - Brasil
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Fascinante e oportuno .
ResponderExcluirUm amplexo . Marinho