Transtornos de Ansiedade
Texto retirado do Livro: Psiquiatria e saúde Mental, conceitos clínicos e terapêuticos fundamentais, por Portella Nunes e Romildo Bueno.
INTRODUÇÃO
A ansiedade é um sinal de alerta, que permite ao indivíduo ficar atento a um perigo iminente e tomar medidas necessárias para lidar com a ameaça. Em outras palavras, é um sentimento útil. Sem ela estaríamos vulneráveis aos perigos e ao desconhecido. É algo que está presente no desenvolvimento normal, nas mudanças e nas experiências novas e inéditas.
A ansiedade permite a um ator que estreará uma nova peça, que ensaie o suficiente para ter maior segurança e, conseqüentemente, menor ansiedade; ou então, que um jovem se prepare demoradamente e com vários detalhes irrelevantes para um encontro amoroso. Após algum tempo, a preparação para o encontro com uma antiga namorada se torna quase desnecessária, já que não há mais ansiedade.
A ansiedade normal é uma sensação difusa, desagradável, de apreensão, acompanhada por várias sensações físicas: mal-estar epigástrico, aperto no tórax, palpitações, sudorese excessiva, cefaléia, súbita necessidade de evacuar, inquietação etc. Os padrões individuais físicos de ansiedade variam amplamente. Alguns indivíduos apresentam apenas sintomas cardiovasculares, outros apenas sintomas gastrintestinais, há aqueles que apresentam apenas sudorese excessiva.
A sensação de ansiedade pode ser dividida em dois componentes: a consciência de sensações físicas; a consciência de estar nervoso ou amedrontado. A ansiedade pode ser aumentada por um sentimento de vergonha: “os outros notarão que estou nervoso”. Alguns ficam surpresos ao notarem que os outros não perceberam sua ansiedade ou não notaram sua intensidade.
A diferença entre medo e ansiedade é questão teórica. Como citado anteriormente, a ansiedade é uma sensação vaga e difusa, e leva-nos a enfrentar situações agradáveis ou não, com sucesso. Já o medo, que também é reação normal, difere da ansiedade porque é ligado a uma situação ou objeto específico que apresenta perigo, real ou imaginário, e nos leva a evitá-lo. Um exemplo é o medo de assalto. Todos evitamos as situações que nos possam deixar mais vulneráveis.
Uma vez que é vantajoso responder com ansiedade a certas situações ameaçadores, podemos falar de ansiedade normal, contrastando com a ansiedade anormal ou patológica. Essa é uma resposta inadequada a determinado estímulo, em virtude de sua intensidade ou duração. Diferentemente da ansiedade normal, a patológica paralisa o indivíduo, traz prejuízo ao seu bem-estar e ao seu desempenho, e não permite que ele se prepare e enfrente as situações ameaçadoras.
Fonte:
http://www.geocities.com/HotSprings/Villa/3502/transtornosdeansiedade.html
Texto integral de 13 páginas: G:\#1_Leal_AMD2\#WordPerfect\03082308.34y
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9 de ago. de 2006
52 Ansiedade 02
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