28 de fev. de 2010

Chico Xavier - filme

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Filme busca os não espíritas

Na opinião de produtores, filão de filmes ligados ao sobrenatural nunca foi bem explorado no país

Dificuldades na escolha do diretor e na conclusão do roteiro fizeram com que "Chico Xavier" levasse seis anos para chegar às telas

DA REPORTAGEM LOCAL - Folha de São Paulo

Os produtores de "Chico Xavier" repetem, feito mantra, que não fizeram um filme espírita. "Tomei cuidado para que não fosse doutrinário", diz o diretor Daniel Filho. "O filme, antes de qualquer denominação que possa segmentá-lo, é uma cinebiografia de uma das personalidades mais conhecidas e queridas dos brasileiros. Foi feito para ser visto por todos que gostam de uma belíssima história de vida", emenda Carlos Eduardo Rodrigues, diretor da GloboFilmes. Daniel Filho diz, inclusive, que buscou colocar no roteiro todas as perguntas que ele próprio, não espírita, faz a si.

Mas, intenções à parte, "Chico Xavier", construído sob uma atmosfera de fé e marcado pela adesão emocional ao personagem, é um filme que requer, do espectador, um pacto que passa pela crença. Das cartas enviadas pelos desencarnados - a palavra morte não é utilizada - às aparições do espírito do médico Bezerra de Menezes são muitas as cenas retocadas pelo sobrenatural.

Os fios da história são puxados a partir da entrevista que Xavier, morto em 2002, aos 92 anos, concedeu ao programa "Pinga Fogo", da TV Tupi. O vaivém no tempo abarca três fases: infância (Matheus Costa), início da vida adulta (Ângelo Antônio) e maturidade (Nelson Xavier).

Esse projeto era acalentado desde 2004, quando o distribuidor Bruno Wainer comprou os direitos da biografia "As Vidas de Chico Xavier", de Marcel Souto Maior. Conseguiu, rapidamente, a adesão da GloboFilmes e da Sony. Mas faltava ao filme uma alma. Ou duas: roteiro e diretor. "Por divergências de visão, não chegávamos a um acordo sobre o diretor", conta Wainer. Nome vai, nome vem, chegou-se a Daniel Filho, até então apenas produtor. Com essa solução teve início outro problema: o roteiro. Foram tantas as versões que até um thriller surgiu.

"Tentei fazer com que tivesse o tom do livro. O filme tem o ponto de vista do Chico, quando ele conta o que apenas ele via, ouvia e sentia", diz Filho. É esse ponto de vista que, esperam os produtores, pode garantir ao filme um público mais amplo. "O filme do padre Marcelo ["Maria, Mãe do Filho de Deus"] tinha um aspecto doutrinário. "Chico" não tem", compara Braga, da Sony.

O interesse da distribuidora hollywoodiana no projeto é, digamos, anterior ao próprio projeto. "Os livros religiosos são tão bem vendidos que sempre me perguntei por que não viravam filme."

A prova de que esse filão adormecido tinha potencial veio com "Bezerra de Menezes" que, lançado sem alarde, fez quase 500 mil espectadores. Mas será que quem rejeita o espiritismo verá "Chico Xavier"? "Não sei", responde Braga. O executivo assinala, no entanto, que filmes "sobrenaturais" costumam fazer sucesso no Brasil. "Filmes como "Ghost" e "O Sexto Sentido" fizeram especial sucesso aqui."

Atrás do público que, mais do que ao cinema, costuma ir à barraquinha do camelô, o filme não só terá sessões especiais em Uberaba (MG), onde fica o museu Chico Xavier, e Pedro Leopoldo (MG) sua cidade natal, como aproveitará as frestas abertas pelo centenário do personagem. Só a GloboNews tem quatro programas sobre Xavier previstos para março. É o mais famoso médium brasileiro chegando à era da "convergência".
(ANA PAULA SOUSA)
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2602201009.htm
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27 de fev. de 2010

Falar com os mortos

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Falar com os "mortos", coisa de maluco?

VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA (Folha de São Paulo)

Há cerca de 14 anos, quando fui convidado para dirigir a sucursal de Brasília da Folha, o diretor de redação, Otavio Frias Filho, marcou um almoço comigo para falar sobre a função. No meio do encontro, ele me surpreendeu quando mudou o rumo da conversa e pediu que eu falasse um pouco sobre minhas crenças.

Minha reação imediata foi: "Será que devo falar sobre isso? Você vai achar que colocou um maluco na direção do jornal em Brasília". Como recebi estímulo para seguir, só falamos de espiritismo dali em diante.

Hoje, ao lembrar daquele episódio, vejo que eu mesmo tinha um certo receio em falar que era espírita. Exatamente por saber que, no meu meio, muitos me achavam maluco ao falar sobre comunicação com os "mortos".

Otavio não só me estimulou como, ao final da conversa, não me classificou de "louco" por ser espírita, religião que hoje é muito mais aceita dentro da sociedade brasileira e começa a crescer, estando presente nas diversas classes sociais.

Uma religião que seus adeptos preferem classificar de doutrina cristã, fundada na fé raciocinada e que prega a caridade como principal caminho para a evolução espiritual.

Uma religião aberta, que costuma ter entre seus seguidores católicos que assistem à missa pela manhã e participam de reuniões espíritas à noite.

Se já foi considerada "coisa do demônio", como dizia minha mãe, ou "crença de malucos", o espiritismo vive um momento de expansão e divulgação, numa época de terreno fértil diante de novas teorias sobre o fim do mundo.

Chico Xavier dizia que "embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

Se só essa mensagem ficar na mente dos que virem o filme, já terá valido a pena. Ela vale para qualquer um. Tanto para os que creem que a vida é única e tem um fim -seja a deles ou a da terra. Como para os malucos que falam com os "mortos".
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2602201011.htm
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Espiritismo

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O grande negócios dos espíritos

Centenário de nascimento de Chico Xavier, em 2 de abril, motiva onda de filmes sobre tema

ANA PAULA SOUSA
DA REPORTAGEM LOCAL

No mercado livreiro brasileiro, fez-se o milagre da multiplicação. De acordo com a última pesquisa publicada pela CBL (Câmara Brasileira do Livro), o segmento de títulos religiosos, estimado em 50 milhões de exemplares anuais, é, em faturamento, o que mais cresce no país. Nos primeiros lugares dessa fila estão obras espíritas.

No cinema nacional, o santo é outro. Mas o milagre é o mesmo. Daniel Filho, em 2009, vendeu 5,6 milhões de ingressos com "Se Eu Fosse Você 2", que só perde em rentabilidade para a avalanche "Titanic".

E eis que os números da fé e do cinema se cruzam. Chico Xavier, o líder espiritual que psicografou mais de 400 livros e, se medido pela régua do mercado, poderia ser considerado autor best-seller, tornou-se filme pelas mãos de Daniel Filho.

Guardado a sete chaves até aqui, "Chico Xavier" dá início a sua jornada rumo ao público empurrado pela máquina da GloboFilmes e da Sony Pictures. A campanha começou na TV e, a partir da semana que vem, ocupará cinemas, outdoors, ônibus etc.

O filme chegará a mais de 300 salas numa data que nada tem de "mera coincidência": 2 de abril, centenário de nascimento de Xavier e Sexta-feira da Paixão. E não é só.

Outros seis filmes espíritas estão a caminho.
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2602201008.htm
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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Autocura

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A cura está no doente, diz médico

Entrevistado: Paulo de Tarso Lima
27 de janeiro de 2010
Por Luiz De França

Paulo de Tarso Lima, do Hospital Albert Einstein: energia e religião no caminho da cura

Não é habitual ouvir um médico respeitável, de uma instituição de saúde modelar, falar sobre o papel da energia do corpo humano e da religião no caminho para a cura.

É justamente o caso do cirurgião Paulo de Tarso Lima, coordenador do Departamento de Medicina Integrativa e Complementar do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. A medicina integrativa é uma prática em ascensão.

Surgida nos Estados Unidos na década de 1970, une a medicina tradicional oriental, com sua abordagem holísitica, e a ocidental, apoiada na produção científica e na tecnologia. A reunião tem revolucionado a busca pela cura de doenças como o câncer. "A ideia não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença", afirma Lima, que estudou a medicina interativa na Universidade do Arizona (EUA) e cursa o primeiro ano da Barbara Brenner School of Healing, na Flórida, onde a cura é perseguida a partir do estudo da energia humana.

O médico é também autor do livro Medicina Integrativa - A Cura pelo Equilíbrio (MG Editores, 139 págs., 32,20 reais). Na entrevista a seguir, ele explica os fundamentos da medicina integrativa e aposta que a prática vai se espraiar por aqui por razões econômicas - por ora, apenas alguns hospitais e somente cinco universidades brasileiros se dedicam ao assunto.

Afinal, o que é medicina integrativa?

É um movimento que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970 e que começou a ser organizado com mais rigor na década de 1980, quando entrou para as faculdades de medicina. Hoje, existem 44 universidades americanas ligadas à pratica, que traz uma visão mais holística da pessoa no seu todo: corpo, mente e espírito. O que buscamos é oferecer uma assistência com informação e terapias que vão além da medicina convencional para ajudá-la a se conectar com a promoção de saúde. Eu não tenho a menor dúvida de que a medicina convencional é extremamente efetiva em se tratando de doença, mas saúde não é apenas ausência de doença.

Que terapias são essas?
Sistemas tradicionais como a medicina chinesa e indiana nos oferecem uma gama de alternativas, como acupuntura, reiki, yoga, entre outras, que trabalham a energia do nosso corpo, estimulando uma reação aos sintomas das doenças. A ideia desse movimento não é excluir nada, mas juntar tudo e mostrar que a pessoa é detentora da capacidade de cura da própria doença.

Isso é uma mudança de paradigma, porque a possibilidade de voltar ao estado saudável não é algo dado à pessoa, mas é algo inato a ela.

Qual a explicação para só agora a medicina integrativa despertar interesse de médicos convencionais?

Há duas razões: a demanda dos pacientes e a produção acadêmica, que cresce a uma velocidade muito alta. Se entendemos como as coisas funcionam, sabemos que é seguro.

Qual a situação da prática no Brasil?

Estamos em uma situação de dualidade. Os alinhados à prática muitas vezes não usam a medicina convencional de maneira integrada, e os convencionais não usam a medicina integrativa. Temos no Brasil um movimento diferente dos Estados Unidos, menos acadêmico, mas que vem crescendo graças a uma portaria de 2006 que autorizou procedimentos de acupuntura, homeopatia, uso de plantas medicinais e fitoterapias no Sistema Único de Saúde (SUS).

E por que a resistência dos médicos convencionais?

Eu não entendo. Estamos falando de energia e não precisamos ir muito longe para provar que energia corporal existe.

A partir do momento que temos uma mitocôndria que produz energia dentro de cada célula, e isso é ensinado no primeiro ano de medicina, não há o que discutir. Temos energia no corpo, e pronto. O curioso é que muitos exames hospitalares rotineiros são baseados em mensuração do campo energético do corpo, como a ressonância magnética, o eletroencefalograma e outros mais sofisticados. Mas se você falar para um neurologista sobre a manipulação da energia do corpo, ele pira.

Por quê?

Porque entramos em um outro ponto da discussão sobre a energia humana, que é a interface com a religião. Estamos vivendo em uma nova fronteira em que se tenta entender essa energia, como ela é produzida, como pode ser manipulada e conduzida. E isso tem um impacto importante na questão da espiritualidade. Por isso, se algum paciente meu acha conforto na religião, se ele se sente bem assim, eu o estimulo a praticá-la.

E como se medem os resultados da medicina integrativa?

Começamos a medir os resultados pelas questões econômicas. A Prefeitura de Campinas, em São Paulo, registrou uma redução substancial de uso de analgésico dentro do SUS ao oferecer terapias ligadas à medicina chinesa focadas na questão ósseo-muscular. Além disso, tem uma série de trabalhos acadêmicos ligados à genética provando que a qualidade de vida produz efeitos na expressão genética da doença. E uma nova fase de trabalho investiga se uma gestante, cujo feto apresenta uma expressão genética de determinada doença, pode ajudar seu bebê se tiver uma gestação muito cuidadosa.

Como isso seria possível?

O homem carrega no seu código genético informações de doenças que podem ser a causa de sua morte. Isso já é provado. Só que você pode ter a característica genética da doença e não desenvolvê-la, ou tê-la precocemente. Isso vai depender da qualidade da sua vida. Comer bem, respirar melhor, praticar atividades físicas, lúdicas e contemplativas são fatores muito importantes ligados à qualidade de vida e que vão provocar um impacto no nosso bem-estar e, consequentemente, na resposta do corpo às doenças já estabelecidas e àquelas que estão programadas para acontecer.

O Prêmio Nobel do ano passado de Medicina (dividido entre os pesquisadores Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak) mostra que, se há um a importante mudança nutricional e de práticas contemplativas, há uma diminuição da expressão de câncer de próstata em determinados grupos de homens.

As pessoas, em geral, estão mais abertas para as práticas alternativas?

No Brasil, entre 45% e 80% dos pacientes diagnosticadas com câncer utilizam algum tipo terapia "alternativa" em conjunto com o tratamento. Nos Estados Unidos, 13% das crianças e 55% dos adultos saudáveis utilizam tais práticas.

O senhor acredita que essa corrente ganhará espaço no futuro?

Acredito. Não por razões humanitárias, mas por uma questão econômica. Afinal, a forma como a medicina é praticada atualmente implica altos custos. Não posso prever, porém, quanto tempo isso vai demorar, porque o convencimento dos profissionais a respeito do assunto exigirá um longo trabalho.
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Colaboração:
Mario Leal Filho - São Paulo-SP
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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Obrigado Senhor!

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25 de fev. de 2010

Friends!

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Viver!

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Ciência e Espiritismo

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Ciência e Espiritismo

Nos tempos medievais, havia o consenso de oposição entre fé e razão (Ciência e Religião). Entronizava-se o paradigma religioso, através do qual tudo era explicado pelas imposições religiosas. Na Renascença, ocorreu a revolução do pensamento científico, mormente a partir de Galileu e, posteriormente, de Newton. A partir deles, o homem modificou a maneira de ver e interpretar o mundo, irrompeu-se um novo enfoque - o científico, desintegrando-se os medievais métodos religiosos. Nos fenômenos espirituais (metafísicos), defrontamos com limitações no que se refere à experimentação científica. Esta classe de fenômenos é, ainda, muito pouco estudada, quando comparada com outros objetos de estudo das ciências ortodoxas. Para Eduardo Marino, professor titular de física, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e membro da Academia Brasileira de Ciências, hoje, apesar de ainda polêmico, há coexistência entre Ciência e espiritualidade, configurando-se em novo paradigma acadêmico.

Em 1962, Thomas Kuhn, introduziu o conceito de paradigma (1). Atualmente, paira um clima de inexatidão racional, compatível com o livre-exame e incompatível com todo princípio que se pretenda absoluto. O físico Fritjof Capra é, totalmente, aberto à metafísica e crê ser capaz de fornecer a matéria-prima para a elaboração de hipóteses experimentais. Em 1975, declarou, em seu livro, "O Tao da Física", que "o método científico de abstração é muito eficaz e possante, mas não devemos lhe pagar o preço, pois existem outras aproximações possíveis da realidade". (2) A rigor, "os inconcebíveis fenômenos da percepção extrasensorial parecem, de certo modo, menos absurdos, comparados aos inconcebíveis fenômenos da física". (3)

De toda classe de fenômenos, os ditos fenômenos espirituais são os menos redutíveis e controláveis e, por isso, mais distantes de atingir aqueles pretensos requisitos que dão o status de Ciência ou "mais ciência que as outras". O fato de não se conseguir precisão e controle tão apurados, como nas Ciências exatas, não significa que os métodos e técnicas das Ciências que investigam a espiritualidade sejam menos eficazes ou mais limitados. Os fenômenos quânticos, por exemplo; mas outros tantos campos, como a teoria do caos, revelam, de maneira mais profunda, que quase nada é perfeitamente preciso e controlável. O genial lionês não caiu na psicose de adequação ao paradigma materialista, positivista e reducionista das Ciências do Século XIX. Contudo, preservou características fundamentais a fim de dar um caráter de cientificidade à Terceira Revelação.

O nó da questão é que o "espiritual", no senso comum, tende ao "sobrenatural", destarte, não pode ser testado. Ora, não podendo ser testado e verificado, não pode ser científico. Por isso, para que exista uma "ciência espiritual" é preciso que este elemento não seja "sobrenatural" a fim de que possa ser observado e testado. Porém, o fato de ser natural não significa que seja material e nem, tampouco, que esteja sujeito aos mesmos meios de verificação da matéria. Alguns fenômenos quânticos possuem a característica de serem imprevisíveis e determinados por causas "imateriais". Além disso, tem-se comprovado a participação da consciência do observador como elemento determinante no desenrolar de fenômenos físicos.

Para a teoria quântica, a matéria nem possui uma existência física real, mas uma probabilidade à existência. O que faz a matéria emergir do universo probalístico, para irromper como onda ou partícula, é a consciência do observador. Por isso, observador e coisa observada formam um único e mesmo sistema. A consciência, mais do que interferir sobre a matéria, é o elemento que torna possível a própria existência da matéria analisada e, como ela não pode ser causa e efeito ao mesmo tempo, é necessário admitir que consciência e matéria possuem naturezas distintas.

O Espiritismo, desde o princípio, reconheceu que a crença e o estado de espírito do observador têm influência direta sobre estes fenômenos e, ao invés de ignorar esse fato, considera-o como elemento fundamental para o sucesso na observação de fenômenos mediúnicos. Embora o Espiritismo trate de assuntos que escapam ao domínio das ciências clássicas, que se circunscrevem aos fenômenos físicos, Kardec, no Século XIX, escreveu que o "Espiritismo e a ciência se completam, reciprocamente". (4)

Quando citamos ciência e espiritualidade, não estamos referindo a coisas incompatíveis e opostas. Todavia, devemos reconhecer que o objeto fundamental do Espiritismo não se pode comparar ao das ciências tradicionais, salvo nas interfaces ou nos pontos comuns. A Ciência, emancipada da fé, estabeleceu seus métodos de investigação, como meio de se aproximar da realidade, baseando-se em provas, princípios, argumentações e demonstrações que garantam a sua legítima validade.

Em verdade, o Espiritismo toca domínios, até agora, reservados às religiões. Porém, em metodologia, o Espiritismo difere, radicalmente, das religiões tradicionais, porque rejeita a fé dogmática, a crença cega, as práticas ritualizadas, o culto exterior ou esotérico. "Se não é justo que a Ciência imponha diretrizes à religião, incompatíveis com as suas necessidades de sentimento, não é razoável que a religião obrigue a Ciência à adoção de normas inconciliáveis com as suas exigências do raciocínio." (5)

Os que declaram que os fenômenos Espíritas não são objetos da Ciência, não sabem o que dizem, pois que "O objeto especial do Espiritismo é o conhecimento das leis do princípio espiritual, (...) uma das forças da natureza, que reage, incessante e reciprocamente, sobre o princípio material." (6)

O genial lyonês afirma que "Espiritismo e Ciência se completam, reciprocamente. A Ciência, sem o Espiritismo, acha-se na impossibilidade de explicar certos fenômenos só pelas leis da matéria. Ao Espiritismo, sem a Ciência, faltariam apoio e comprovação. Seria preciso alguma coisa para preencher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse; esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal" (7)

O Codificador lembra, ainda, que "O Espiritismo, caminhando com o progresso, não será jamais ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem que está em erro sobre um ponto, ele se modificará sobre esse ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará." (8)

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
Blog: http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com

FONTES:
(1) Os paradigmas são descobertas científicas universalmente reconhecidas que, por um tempo, fornecem a uma comunidade de pesquisadores problemas típicos e soluções
(2) Cf. Kempf Charles, artigo O Espiritismo é uma Ciência? Traduzido por: Paulo A. Ferreira, revisado por: Lúcia F. Ferreira, disponível acesso em 07-04-08
(3) Koestler , Arthur. As Razões da Coincidência, RJ: editora Nova Fronteira, 1972
(4) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed. FEB, 2003, Cap. 1, parágrafo 16,
(5) Xavier, F. Cândido, Segue-me, ditada pelo Espírito Emmanuel, SP: 7.ed. Matão, Editora O CLARIM, 1994
(6) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed. FEB, 2003, Cap. "Os milagres e as predições segundo o Espiritismo", item 16v (7) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed. FEB, 1984, p. 37
(8) Kardec, Allan. A Gênese, RJ: Ed. FEB, 2003, cap. 1, item 55
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Leia mais: http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/2010/02/coexistencia-entre-ciencia-e.html#ixzz0gXYcTTrD
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24 de fev. de 2010

E-mail cria blog

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Saiba como produzir um blog a partir de um simples e-mail

O site Posterous possibilita que o usuário poste enviando uma mensagem

Se você ainda não criou um blog porque acha complicado ou não está animado com o ritual de se cadastrar, definir detalhes e só depois começar a fazer postagens, certamente vai gostar de conhecer o site posterous.com.

É quase um milagre. Você pode criar um blog sem ter que se cadastrar. Basta criar um e-mail com o conteúdo que você quiser, incluindo fotos, vídeo e música e enviar para o endereço post@posterous.com. Você pode fazer isso usando o seu programa de e-mail convencional ou algum webmail, como o Gmail ou o Hotmail.

Alguns minutos após enviar a mensagem, você receberá um e-mail de confirmação. No corpo da mensagem haverá um link, no qual você precisa clicar para ativar o blog. Feito isso, você verá o navegador exibir sua página inicial.

Nessa página, o site pede que você confirme que foi você mesmo que fez a postagem. Para tal, basta clicar no botão Claim this site.

O site cria um nome aleatório para o seu blog e permite, assim que você fizer a confirmação de que o blog é seu, personalizar o endereço escolhido.

Informe um nome e uma senha. Caso o nome já exista, o site lhe avisará e você deverá fornecer outra sugestão.

Feito isso, clique no botão Sign up. O programa pede para que você forneça um nome e, se achar necessário, coloque uma foto e um pequeno comentário sobre você. Mas essa opção fica por sua conta.

Na etapa seguinte, pode convidar amigos do Facebook, do Twitter, do Gmail, do Yahoo! ou do Hotmail para seguirem o seu blog. Mas esse passo só ocorre se você assim quiser.

A partir de agora, basta usar o seu e-mail para atualizar o blog. Se você enviar várias fotos, ele cria um mecanismo de visualização na página do blog. Tudo de forma automática.

Redes sociais
O Posterous tem outras vantagens. Além do blog, você pode usá-lo para atualizar outros sites sociais.

Uma postagem feita por meio do serviço do site pode ir automaticamente para o Facebook, o Twitter, o Flickr, o Friendfeed, o Picasa, o YouTube, o Blogger e o WordPress.

Para tal, você deverá ativar um recurso chamado Autopost. Clicando em Autopost na guia Manage, você deve clicar no botão Add a Service e depois sobre o botão do serviço desejado. Por exemplo, clique no botão Facebook e informe seu código de usuário e senha. Repita esse procedimento para cada rede social que desejar.

O melhor é que você poderá controlar por meio do seu e-mail para qual site, além do próprio Posterous, a postagem deverá ser enviada.

Por exemplo, para mandar para todos os sites cadastrados, envie o e-mail para post@posterous.com. Mas, para enviar o post apenas para o Facebook, o e-mail deve ser enviado para facebook@posterous.com. Para enviar só para o Posterous o e-mail deve ser posterous@posterous.com.

Também é possível combinar sites. Para fazer isso, coloque um sinal de mais entre os nomes. Sendo assim, flickr+twitter@posterous.com enviará a postagem apenas para os dois sites especificados.

canal aberto

José Antonio Ramalho
canalaberto@uol.com.br
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/informat/fr2402201006.htm
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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AIDS 5.000.000

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23 de fev. de 2010

Crianças Brasileiras

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Números escondem vidas

LYGIA DE SOUSA VIÉGAS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os dados recentes da educação brasileira atualizam uma discussão que povoa o mundo escolar: a reprovação no primeiro ano do ensino fundamental. O número agora apresentado, se analisado apenas sob o ponto de vista estatístico, parece pouco: a cada cem crianças, quatro são reprovadas. No entanto, devemos lembrar que os números escondem muitas vidas, pedindo reflexão.

Os caminhos são vários. Sem pretender esgotar o assunto, sinalizo dois extremos. De um lado, o mais óbvio, e que revela um traço da cultura escolar em nossa sociedade: a suposição de que "é normal que alguns alunos fiquem para trás", cuja consequência no dia a dia é reforçar preconceitos em torno de alunos, que são, por vezes de maneira precoce, tratados como "aqueles que não têm condição de aprender".

Com isso, a reprovação é vista como responsabilidade apenas desses alunos, que "não têm competência intelectual".

Tratados como incapazes, eles aprendem na escola que lá não é lugar para eles. No futuro, muitos dirão "abandonei a escola", sem se dar conta de que foi a escola que os abandonou.

A estrutura (que acompanha a história da educação brasileira há décadas quase de forma intocada) foi um dos motes para a implantação do ensino fundamental de nove anos, que veio acompanhada da promessa de alfabetizar todas as crianças antes dos sete anos, direito que faltava aos mais pobres e que, se supunha, os fazia reprovar logo ao entrar na escola.

No outro extremo, um "novo" aspecto deve compor a leitura desse índice, apontado por alguns como pequeno: diversos Estados e municípios implantaram políticas que proíbem a reprovação, produzindo como efeito que um número significativo de crianças passa de ano sem de fato aprender.

Basta olhar com atenção para notar que menos da metade dos municípios brasileiros registrou reprovações no primeiro ano. Assim, os alunos concluem o ensino fundamental e melhoram a estatística brasileira.

Pelos números, parece um bom resultado, mas o fato é que, mesmo dentro das escolas, eles permanecem excluídos e abandonados ao próprio azar.

Esses dois extremos da situação apontam para um aspecto comum: o descompromisso político com a melhoria da escola, sobretudo quando voltada para a população mais pobre. Saibamos: em termos de educação, os números não revelam a realidade! O fato é que ainda temos muito que avançar.

LYGIA VIÉGAS é mestre e doutora em psicologia escolar pelo Instituto de Psicologia da USP. Atualmente, coordena o curso de Psicologia da Faculdade São Bento da Bahia.
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2302201009.htm
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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Lamentos

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Seu Corpo

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22 de fev. de 2010

O abraço

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O ABRAÇO, SALVADOR DE VIDAS!

Já se comprovou que todos nós necessitamos de contato físico para nos sentirmos bem, e que uma das formas mais importantes de contato físico é o abraço.

Quando nos tocamos e nos abraçamos, levamos vida aos nossos sentidos, e reafirmamos a confiança nos nossos próprios sentimentos.

Algumas vezes, NÃO encontramos as palavras adequadas para expressar o que sentimos; o abraço é a melhor maneira.

Há, ainda, ocasiões em que não nos atrevemos a dizer o que sentimos, seja por timidez, ou porque os sentimentos nos avassalam; nesses casos, pode-se contar com o idioma dos abraços.

Os abraços, além de nos fazerem sentir bem, aliviam a dor, a depressão e a ansiedade.

Provocam alterações positivas em quem toca e em quem é tocado.

Aumenta a vontade de viver aos enfermos.

É importante saber que os abraços são necessários para o desenvolvimento, para manter-se são,e para crescer como pessoa.

O que nos dá um abraço?

PROTEÇÃO
O sentir-se protegido é importante para todos, mas o é mais para as crianças e os mais velhos, que, freqüentemente, dependem do amor de quem os rodeia.

SEGURANÇA
Todos necessitamos de nos sentirmos seguros. Se não o conseguimos, atuamos de forma ineficaz, e as nossas relações interpessoais declinam.

CONFIANÇA
A confiança faz-nos avançar, quando o medo se impõe ao nosso desejo de participar com entusiasmo em algum desafio da vida.

FORÇA
Quando transferimos a nossa energia com um abraço, as nossas próprias forças aumentam.

SAÚDE
O contato físico e o abraço partilham uma energia vital, capaz de sanar ou aliviar enfermidades.

AUTO - VALORIZAÇÃO
Através do abraço, podemos transmitir uma mensagem de reconhecimento do valor e excelência de cada indivíduo.

UM ABRAÇO
faz e diz muitíssimo:
Abrace o seu amigo.
Abrace os seus entes queridos.
Abrace os seus filhos.
Abrace o seu animal de estimação…

ABRACE-OS A TODOS!
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Autoria: desconhecida
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Colaboração:
Daniela Marchi - Araçatuba-SP
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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20 de fev. de 2010

Mágoa

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Uma gota de água

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Uma Gota de Água


Sim, uma pequena gota d’ água se equilibrando na ponta de um frágil raminho...

Com graciosidade a gotícula desafia a lei da gravidade, se balançando nas bordas das folhas ou nas pétalas de uma flor.

São gotas minúsculas, que enfeitam a natureza nas manhãs orvalhadas ou permanecem como pequenos diamantes líquidos, depois que a chuva se vai.

É por isso que um bom observador dirá que a vida seria diferente se não existissem gotas de água para orvalhar a relva e amenizar a secura do solo.

Madre Tereza de Calcutá foi uma dessas almas sensíveis.
Um dia, um jornalista que a entrevistava disse-lhe que, embora admirasse o seu trabalho junto aos pobres e enfermos, considerava que o que ela fazia, diante da imensa necessidade do mundo, era como uma gota d’ água no oceano.

E aquela pequena sábia-mulher, lhe respondeu: " - Sim, meu filho, mas sem essa gota d’ água o oceano seria menor."

Sem dúvida uma resposta simples e extremamente profunda.
Pois sem os pequenos gestos que significam muito, a vida não seria tão bela...

Um aperto de mão, em meio à correria do dia-a-dia...
Um minuto de atenção a alguém que precisa de ouvidos atentos, para que não caia nas malhas do desespero...
Uma palavra de esperança a alguém que está à beira do abismo.
Um sorriso gentil a quem perdeu o sentido da vida.

Uma pequena gentileza diante de quem está preso nas armadilhas da ira.
O silêncio, frente à ignorância disfarçada de ciência.
A tolerância com quem perdeu o equilíbrio.
Um olhar de ternura para quem pena na amargura...

Pode-se dizer que tudo isso são apenas gotas d’ água que se perdem no imenso oceano, mas são essas pequenas gotas que fazem a diferença para quem as recebe.

Sem as atitudes, aparentemente insignificantes, que dentro da nossa pequenez conseguimos realizar, a humanidade seria triste e a vida perderia o sentido.

Um abraço afetuoso, nos momentos em que a dor nos visita a alma...
Um olhar compassivo, quando nos extraviamos do caminho reto...
Um incentivo sincero de alguém que deseja nos ver feliz, quando pensamos que o fracasso seria inevitável...

Todas essas são atitudes que embelezam a vida.

E, se um dia alguém lhe disser que esses pequenos gestos são como gotas d’ água no oceano, responda, como madre Tereza de Calcutá, que sem essa gota o oceano de amor seria menor.

E tenha certeza disso, pois as coisas grandiosas são compostas de minúsculas partículas.

Sem a sua quota de honestidade, o oceano da nobreza seria menor.

Sem as gotas de sua sinceridade, o mar das virtudes seria menor.

Sem o seu contributo de caridade, o universo do amor fraternal seria consideravelmente menor.

Pense nisso!

E jamais acredite naqueles que desconhecem a importância de um pequeno tijolo na construção de um edifício.

Lembre-se da minúscula gota d’ água, que delicadamente se equilibra na ponta do raminho, só para tornar a Natureza mais bela e mais romântica, à espera de alguém que a possa contemplar.

E, por fim, jamais esqueça que são essas mesmas pequenas e frágeis gotas d’ água que, com insistência e perseverança conseguem esculpir a mais sólida rocha.
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Autoria:
Desconhecida
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Colaboração:
Telma Canettieri Ferrari
Pindamonhangaba-SP
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Publicado em SinapsesLinks:
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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Dedicatória:
De: Eudison de Paula Leal
Para: Daniela Marchi
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Filhos

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GIBRAN KAHLIL GIBRAN

Foi um ilustre poeta libanês, filósofo e artista.
Nasceu em 1883 e morreu em 1931.

Sua fama e sua influência se derramaram por todo o mundo.

Suas reflexões e sua poesia foram traduzidas para mais de vinte idiomas, e seus desenhos e pinturas são expostos em grandes cidades do mundo.

Dizem que em certa ocasião, uma mulher que levava uma criança nos braços, propôs a Gibran:
“Mestre, falemos dos filhos”.
E ele respondeu:

Seus filhos não são seus filhos.
São os filhos e as filhas dos desejos que a vida tem de si mesma.

Vêm através de vocês, mas não são de vocês e, ainda que vivam com vocês, não lhes pertencem.

Podem dar-lhes seu amor, mas não seus pensamentos, pois eles têm seus próprios pensamentos.

Podem abrigar seus corpos, mas não suas almas, porque suas almas moram na casa do amanhã, que nem mesmo em sonhos lhes será permitido visitar.

Podem empenhar-se para ser como eles, mas não tentem fazer como vocês fizeram, porque a vida não anda para trás, nem se detém no ontem.

Vocês são o arco por meio do qual seus filhos são disparados como flechas vivas.

O arqueiro vê o alvo sobre o caminho do infinito e dobra o arco com toda a força, a fim de que suas flechas partam velozes e para muito longe.

Que o fato de estarem nas mãos do arqueiro seja para suas felicidades, porque, assim como ele ama a flecha que dispara, ama também o arco que permanece firme.

Por isto vocês tiveram a liberdade de amar e a oportunidade de viver e fazerem suas vidas.

Deixem que seus filhos voem sós de seus ninhos quando chegar a hora e não lhes reclamem para que voltem.

Eles os quererão para sempre e terão também seus lares, nos quais, algum dia, ficarão sós, porém terão sido seus lares e suas vidas.

Deixem-nos livres.

Amem-nos com liberdade, não apaguem o fogo de suas vidas.

Vivam e deixem viver, assim eles os quererão sempre.
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Colaboração:
Maria Christina Camargo Leal
Pindamonhangaba-SP
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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19 de fev. de 2010

Saber escutar!

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Saber ouvir!

Uma vez passei dez dias num retiro de meditação vipássana, no interior do Rio de Janeiro, para fazer uma reportagem para ÉPOCA.

Havia muitas regras. Uma delas era o silêncio. Por dez dias era proibido falar.

Também devíamos evitar olhar para as outras pessoas. O objetivo era silenciar a mente até que não houvesse nenhum ruído também dentro de nós. Foi uma experiência fantástica, que me mudou para sempre. Nunca antes estive tão em mim. E nunca depois voltei a estar.

O silêncio e um progressivo mergulho interno, em vez de me alienar do mundo, me conectaram a ele de um modo até então inédito para mim. Eu sentia cada segundo, por que eles demoravam a passar. Percebia o vento e as nuances das cores do céu e das folhas das árvores em detalhes. Olhava, cheirava, ouvia e tocava o mundo como se tudo fosse novo. Cada centímetro de terra era capaz de me ocupar por minutos. Sem palavras, a realidade me alcançava com mais força. Finalmente eu não apenas compreendia, mas vivia a poesia de Alberto Caeiro: “Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo”.

Antes que alguém tenha ideias, experimentei tudo isso sem nenhuma droga. Nenhuma mesmo. Não podíamos tomar álcool, fumar ou ingerir qualquer medicamento, nem mesmo aspirina. Minha droga era a lucidez. Naqueles dez dias, ouvi com mais clareza a mim mesma. E passei a escutar melhor o mundo em que vivia. Senti que finalmente estava no mundo. Eu era.

No décimo dia, voltamos a falar. O retiro acabaria no dia seguinte e precisávamos nos preparar para retornar a uma realidade cotidiana de ruídos e demandas excessivas. Lembro que eu não queria falar. Fiquei assustada quando todo mundo começou a falar ao mesmo tempo. Percebi que a maioria do que se dizia nunca deveria ter sido dito. Sobrava.

Uma parte eram fofocas que haviam sido guardadas por dias. E que poderiam ter ficado impronunciadas para sempre.

Percebi, principalmente, que depois de dez dias de silêncio muitas de nós não queriam ouvir. Só falar. Poucas eram aquelas que realmente desejavam escutar a experiência da outra, a voz da outra. A maioria só queria contar da sua.

Não tinham sentido falta de outras vozes, apenas do som da sua.

Dez dias de silêncio não tinham sido suficientes para acabar com nossa surdez à voz alheia.

A reportagem foi publicada, com o título de “O inimigo sou eu”. Eu segui, guardando em parte o que aprendi lá.

E tenho sentido falta daqueles dez dias de silêncio, agora que aumenta em níveis quase insuportáveis a poluição sonora dentro e fora de mim.

Acho que nunca escutamos tão pouco. E talvez por isso nunca fomos tão solitários. Quando faço palestras sobre reportagem, os estudantes de jornalismo costumam perguntar o que devem fazer para se tornarem bons repórteres. Minha resposta é sempre a mesma: escutem.

Acredito que mais importante do que saber perguntar é saber escutar a resposta.

Não apenas para ser um bom jornalista, mas para ser uma boa pessoa. Escutar é mais do que ouvir. Como repórter e como gente esforço-me para ser uma boa “escutadeira”.

É a escuta que nos leva ao mundo. E é a escuta que nos leva ao outro. Quando não escutamos, nos tornamos solitários, mesmo que estejamos no meio de uma festa, falando sem parar para um monte de gente. Condenamo-nos não à solidão necessária para elaborar a vida, mas à solidão que massacra, por que não faz conexão com nada. Não escutamos nem somos escutados. Somos planetas fechados em si mesmos. Suspeito que essa é uma época de tantos solitários em grande parte pela dificuldade de escutar.

Basta observar. As pessoas não querem escutar, só querem falar. Depois de muita observação, classifiquei cinco tipos básicos de surdos. Há aqueles que só falam e pronto. Emendam um assunto no outro. Fico prestando atenção para detectar quando respiram e não consigo. Acho que inventaram um jeito de falar sem respirar. E ganhariam mais dinheiro se entrassem em algum concurso de tempo sem oxigênio embaixo d’água. Aí, pelo menos, ficariam quietos por um momento.

Há aqueles que fingem ouvir o que você está dizendo. Você consegue responder. Mas, quando coloca o primeiro ponto final, percebe que não escutaram uma palavra. De imediato, eles retomam do ponto em que haviam parado. E não há nenhuma conexão entre o que você acabou de dizer e o que eles começaram a falar.

Existem aqueles que falam e falam e, de repente, percebem que deveriam perguntar alguma coisa a você, por educação. Perguntam. Mas quando você está abrindo a boca para responder, já enveredaram para mais algum aspecto sobre o único tema fascinante que conhecem: eles mesmos.
Existem aqueles que ouvem o que você diz, mas apenas para mostrar em seguida que já haviam pensado nisso ou que sabem mais do que você, o que é só mais um jeito de não escutar.

Há ainda os que só ouvem o que você está dizendo para rapidamente reagir. Enquanto você fala, eles estão vasculhando o cérebro em busca de argumentos para demolir os seus e vencer a discussão. Gostam de ganhar. Para eles, qualquer conversa é um jogo em que devem sempre sair vitoriosos. E o outro, de preferência, massacrado. Só conhecem uma verdade, a sua. E não aprendem nada, por acreditarem que ninguém está à altura de lhes ensinar algo.

É claro que há um mix das várias espécies de surdos. E devem existir outras modalidades que você deve ter detectado, e eu não. O fato é que vivemos num mundo de surdos sem deficiência auditiva. E uma boa parte deles se queixa de solidão.

É um mundo de faladores compulsivos o nosso. Compulsivos e auto-referentes. Não conheço estatísticas sobre isso, mas eu chutaria, por baixo, que mais da metade das pessoas só falam sobre si mesmas. Seu mundo torna-se, portanto, muito restrito. E muito chato. Por mais fascinantes que possamos ser, não é o suficiente para preencher o assunto de uma vida inteira.

Num ótimo artigo, intitulado Escutatória, o escritor Rubem Alves diz: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular”.

Quando não escutamos o mundo do outro, não aprendemos nada. Acontece com o chefe que não consegue escutar de verdade o que seu subordinado tem a dizer. A priori ele já sabe – e já sabe mais. Assim como acontece com a mulher que não consegue escutar o companheiro. Ou o amigo que não é capaz de escutar você. E vice-versa.

Tornamo-nos muito sozinhos no gesto de não escutar. Em Revolutionary Road (Sam Mendes, 2008), traduzido para as telas de cinema do Brasil como “Foi apenas um sonho”, a cena final é a síntese dessa relação simbiótica entre surdez e solidão. Não a surdez causada pela deficiência auditiva, mas essa outra de que falamos, esta que é mais triste por ser escolha. Quem viu, não esqueceu. Quem não viu, pode pegar o dvd em qualquer locadora. Essa cena final vale por alguns milhares de palavras.

Sempre pensei muito sobre por que as pessoas falam tanto – e por que têm tanta dificuldade de escutar. Qual é a ameaça contida no silêncio? O que temem tanto ouvir se calarem a sua voz por um momento? Por que precisamos preencher nosso mundo - inclusive o interior - com tantos ruídos?

Acho que cada um de nós poderia parar alguns minutos e fazer a si mesmo estas perguntas.

Percebo também que há uma pressão para que nos tornemos falantes. Ser falante supostamente seria uma vantagem no mundo, especialmente no mundo do trabalho. Mesmo que você não diga nada de novo, mesmo que você repita o que o chefe disse com outras palavras. Mas falar, qualquer coisa, é marcar presença, é uma tentativa de garantir-se necessário. E ser quieto, calado, é visto como um tipo invisível de deficiência. Como se lhe faltasse algo, palavras. Mas será que as palavras estão ali, nessa falação desenfreada? Ou melhor, será que quem fala está realmente naquele discurso? Tenho dúvidas.

Por qualquer caminho que se possa pensar, me parece que o silêncio soa ameaçador. Em parte, pelo que ele pode dizer sobre nós. Enchemos nossa vida de barulho, da mesma forma que atulhamos nossos dias de tarefas, com medo do vazio. Tarefas em uma agenda cheia constituem outro tipo de ruído. E o vazio também é uma forma de silêncio.

Em rasgos de intolerância, achava que os falantes compulsivos eram apenas muito chatos e muito egocêntricos. Que as pessoas não escutavam – o silêncio e o outro – por prepotência. Mas acredito que é bem mais complicado que isso.

Há dois livros muito interessantes que pensam sobre a escuta. A Hermenêutica do Sujeito, de Michel Foucault (Martins Fontes), e Como Ouvir (Martins Fontes), um livrinho pequeno e precioso de Plutarco. Eles mostram que escutar é se arriscar ao novo, ao desconhecido. Na audição, mais do que em qualquer outro sentido, a alma encontra-se passiva em relação ao mundo exterior e exposta a todos os acontecimentos que dele lhe advêm e que podem surpreendê-la. Ao ouvir, nos arriscamos a sermos surpreendidos e abalados pelo que ouvimos, muito mais do que por qualquer objeto que possa nos ser apresentado pela visão e pelo tato.

Faz muito sentido. As pessoas não escutam porque escutar é se arriscar. É se abrir para a possibilidade do espanto. Escancarar-se para o mundo do outro - e também para o outro de si mesmo.

Escutar é talvez a capacidade mais fascinante do humano, por que nos dá a possibilidade de conexão. Não há conhecimento nem aprendizado sem escuta real. Fechar-se à escuta é condenar-se à solidão, é bater a porta ao novo, ao inesperado.

Escutar é também um profundo ato de amor. Em todas as suas encarnações. Amor de amigos, de pais e de filhos, de amantes. Nesse mundo em que o sexo está tão banalizado, como me disse um amigo, escutar o homem ou mulher que se ama pode ser um ato muito erótico.

Quem sabe a gente não experimenta?
Escutar de verdade implica despir-se de todos os seus preconceitos, de suas verdades de pedra, de suas tantas certezas, para se colocar no lugar do outro. Seja o filho, o pai, o amigo, o amante. E até o chefe ou o subordinado.

O que ele realmente está me dizendo?
Observe algumas conversas entre casais, famílias. Cada um está paralisado em suas certezas, convicto de sua visão de mundo. Não entendo por que se espantam que ao final não exista encontro, só mais desencontro. Quem só tem certezas não dialoga. Não precisa. Conversas são para quem duvida de suas certezas, para quem realmente está aberto para ouvir – e não para fingir que ouve. Diálogos honestos têm mais pontos de interrogação que pontos finais. E “não sei” é sempre uma boa resposta.

Escutar de verdade é se entregar. É esvaziar-se para se deixar preencher pelo mundo do outro. E vice-versa. Nesta troca, aprendemos, nos transformamos, exercemos esse ato purificador da reinvenção constante. E, o melhor de tudo, alcançamos o outro. Acredite: não há nada mais extraordinário do que alcançar um outro ser humano. Se conseguirmos essa proeza em uma vida, já terá valido a pena.

Escutar é fazer a intersecção dos mundos. Conectar-se ao mundo do outro com toda a generosidade do mundo que é você. Algo que mesmo deficientes auditivos são capazes de fazer.

Eliane Brum - jornalista premiada e colunista da revista Época.
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Fonte: ÁtrioMental
http://atriomental.blogspot.com/
Daniela Marchi - Araçatuba-SP
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Mais sobre a autora:
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18 de fev. de 2010

Mensagem de Eurídepes

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Mensagem de Eurípedes

Meus filhos,
Que a Divina Misericórdia continue envolvendo a todos em muita serenidade e muita paz.

Queridos irmãos, é uma tarefa hercúlea
matar o homem velho para deixar nascer o homem novo, o homem da era nova prevista por Jesus.

Entretanto, não é impossível pois Deus não coloca fardos mais pesados que os frágeis ombros da nossa infância espiritual possa carregar.

Voltem-se para dentro de vocês próprios,
auscultem os sentimentos modificadores necessários para que surja o homem novo cuja luz deverá brilhar, conforme a promessa de Jesus.

Este trabalho é a oficina onde todos deverão desenvolver o aprendizado.

Nós, fora da carne, e vocês, na carne, tomando contato com aqueles que se acham desvestidos da vestimenta física
para o necessário intercâmbio de bênçãos.

Portanto, meus irmãos, meus filhos, analisem-se, observem-se, mirem-se pela ética e pela ótica Cristã a fim de poderem observar melhor o parâmetro por onde devem direcionar a ação de cada um.

Esta abençoada oficina,  que nos foi dada como processo para o desenvolvimento evolutivo, precisa ser melhor tratada, melhor trabalhada, melhor compreendida, para que os frutos  sejam mais promissores, mais edificantes e mais generosos.

Sabemos que, de acordo com  o estágio evolutivo do planeta, as dificuldades da densidade atmosférica que cercam trabalhos como estes são muito intensas, muito difíceis, porém, há um condutor em nossas vidas.

Se não bastasse o Criador e Jesus, ainda temos a presença de abnegados tarefeiros da Vida Mais Alta que, vez que outra, recebem autorizações para alertar os corações ingênuos que ainda se apresentam como todos nós.

Por isso, meus filhos, não é o momento
de apontar para dificuldades de ninguém, mas é o exato instante em que devemos voltar nossos apontamentos para as nossas fraquezas, nossas imperfeições, nossas dificuldades, e verificar o que é que podemos, de iniciativa própria, com boa vontade e perseverança, alterar.

Onde é que podemos fazer o investimento de energias numa tarefa espiritual que compense para cada um de nós, que seja altamente recompensador para  os nossos esforços, que seja de certa forma benéfico para os nossos propósitos de melhoria interior?

O Divino Amigo já nos alertou:
“os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem”.

Queremos deixar estas perguntas para  análise:
✦ Onde está o amor? Em que ação? Em que atitude?
✦ Em que conduta eu estou investindo amor?
✦ Onde o amor precisa ser mais trabalhado, para que a tarefa continue com o propósito de servir a Deus, servindo ao nosso semelhante?

Sabemos que no caminho do Gólgota
não havia pavimento, eram pedras, calhaus e obstáculos vários, mas todo aquele que pretende chegar perto do Cristo precisa saber que a cruz da jornada é dificultosa.

É uma cruz que, às vezes, imaginamos pesada demais para os nossos ombros.
Contudo, nada será tão pesado para a consciência do que quando estivermos diante da Consciência Divina e constatarmos que poderíamos ter feito mais e deixamos de fazer, deixamos de realizar.

✦ Como será que nos apresentaremos  do outro lado?
✦ As nossas mãos estarão carregadas de ação ou estarão vazias pois cruzamos os braços e deixamos que a  inércia dominasse o sentimento, dominasse o coração, e não realizamos o que prometemos e, mais uma vez,  estamos em defasagem com o compromisso maior?!

Pensem nisso meus filhos, pensem nisso meus irmãos, porque o tempo passa para nós.
Para Deus o que existe é a eternidade, somos nós que temos pressa.
Deus aguarda o tempo que for necessário.
Mas não alcançaremos o reino de Deus em nós, se não  apressarmos o passo para  sermos “o bom servidor” de todas as horas.

Muita Paz.

Eurípedes Barsanulfo
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Mensagem psicofônica – 07/11/09
Santuário do Amor, após os trabalhos de
Dr. Hans e equipe.
São Bernardo do Campo
Médium: José Maria de Medeiros Souza
Formatação: Ângela Santos
angelaeveline@gmail.com
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Colaboração:
Celia_Amirabile
Taubaté-SP
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Shakespeare

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Shakespeare

EU APRENDI
Que a melhor sala de aula do mundo está aos pés de uma pessoa mais velha.

EU APRENDI
Que quanto menos tempo tenho, mais coisas consigo fazer.

EU APRENDI
Que ter uma criança adormecida em seus braços é um dos momentos mais pacíficos do mundo.

EU APRENDI
Que só se deve dar conselho em duas ocasiões: Quando é pedido ou quando é caso de vida ou morte..

EU APRENDI
Que eu sempre posso rezar por alguém quando não posso ajudá-lo de alguma forma.

EU APRENDI
Que não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto.

EU APRENDI
Que dinheiro não compra “classe”.

EU APRENDI
Que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular.

EU APRENDI
Que debaixo da “casca grossa” existe uma pessoa que deseja ser apreciada e amada, e não sabe se manifestar.

EU APRENDI
Que se Deus não fez tudo num só dia, o que me faz pensar que eu possa?

EU APRENDI
Que ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa.

EU APRENDI
Que eu gostaria de ter dito a minha mãe que a amava, uma vez mais, antes dela morrer.

EU APRENDI
Que as oportunidades nunca são perdidas, alguém vai aproveitar as que você perdeu.

EU APRENDI
Que um sorriso é a maneira mais barata de melhorar sua aparência.

EU APRENDI
Que quando você planeja se nivelar com alguém, apenas está permitindo que essa pessoa continue a magoar você.
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Colaboração:
Daniela Marchi
Araçatuba-SP
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Viver!

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17 de fev. de 2010

Vida: é um bem material?

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Como medir a Vida?

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Como pesar a Vida?

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O que é a Vida?

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Mensagem de Ramatis

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Mensagem de Ramatis

● “Não temais a abóbada da Igreja Católica, as colunas do Templo Protestante, o esforço do Esoterista, a reunião do Teosofista, o experimento do Umbandista, as lições da Ioga ou a cantoria dos Salvacionistas!

Concorrei à lista para os pobres de todas as religiões, sem exclusivismo para com a vossa Seita; atendei ao esforço do Irmão que vos oferece a Bíblia em lugar do livro fescinino e auxiliai a divulgação da revista religiosa que vos recorda Jesus; rejubilai-vos diante do labor doutrinário adverso ao vosso modo de entender, mas que coopera para a melhoria do homem.

Aprendei que a Doutrina é sempre um “meio”e não um “fim”.

O Espiritismo é maravilhosa revelação da imortalidade da alma; convite divino para que o homem modifique a sua conduta desregrada e assuma a responsabilidade da vida espiritual; mas, acima de tudo, que se cumpra a universalidade do Cristo, antes que o separativismo das seitas.
E que o “vos ameis uns aos outros, assim como vos amei” seja o compromisso incessante a que deveis atender, porque nunca podereis pregar a união sob a exclusividade religiosa”. ●

Ramatis
Do livro “Mensagens do Astral”
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16 de fev. de 2010

Eutanásia

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Matadouros

Empresa suíça que oferece suicídio assistido choca pela natureza industrial


SOU contra a pena de morte. Não interessa se a pessoa a merece. Ou se a solicita. Matar é matar. Excluindo casos de autodefesa, que não entram na categoria, penas capitais são homicídios voluntários.

Ludwig Minelli discorda. Quem é Minelli? Segundo a última edição da revista americana "The Atlantic", que dedica ao homem artigo notável e arrepiante, é fundador da polêmica Dignitas, empresa suíça que permite uma morte eficaz a quem não tem uma vida plena. Ou, no mínimo, perspectivas de uma vida plena.

Até o momento, foram mil os clientes da Dignitas que entraram pelo próprio pé e saíram entre quatro tábuas, ou reduzidas a uma urna de cinzas. Existem 6.000 na lista para limpeza futura. E o sonho de Minelli, se "sonho" é a palavra certa para aspiração tão macabra, é poder um dia aplicar o tratamento a qualquer pessoa que o deseje, doente ou não. Nas palavras de Minelli, o suicídio é "o último direito humano".

Verdade que a Suíça não está isolada na lista dos países onde o suicídio assistido é legal. Na Holanda, na Bélgica, no Luxemburgo e em certos Estados americanos, como em Wa- shington ou Montana, doentes terminais podem apressar o fim. Mas a Suíça é mais "liberal" na prática; e a Dignitas é o símbolo dessa liberalidade, aceitando clientes de todo o mundo que viajam para Zurique em busca de uma saída. "Turismo suicida", eis o nome do fluxo. Que nome.

O artigo não tece nenhum julgamento sobre as práticas de Minelli. A lei permite. Cumpra-se a lei. Mas, lendo as descrições do negócio, é difícil não sentir um arrepio de horror pela espinha abaixo.

O horror começa na natureza "industrial" das matanças. O cliente chega. É instalado em quarto da empresa. No dia combinado, e na hora estabelecida, é levado para uma divisão apropriada, onde recebe uma mistura química que vai neutralizando os seus sinais vitais.

Finalmente morto, o corpo é removido. Conta Minelli que, antes da Dignitas ter instalações mais apropriadas, longe da vista comum, o cortejo de corpos provocava indignação entre as vizinhanças burguesas. Imagino.

Depois de removidos, os corpos são levados para os fornos crematórios. Onde eu já ouvi isso? Aliás, as ressonâncias do cenário não ficam pelos fornos. Também se aplicam ao método. Na Suíça, existem quatro grandes empresas que operam no negócio da morte. E todas elas usam pentobarbital sódico, uma combinação poderosa que permite uma morte "limpa" e "indolor".

Infelizmente para Minelli, os médicos não são generosos na prescrição do pentobarbital, e a maioria desaprova os entusiasmos mórbidos da Dignitas. Minelli tem procurado outros meios para os mesmos fins.

Nos últimos tempos, tem gaseado os clientes. O espetáculo, admite o próprio, não é bonito de ver. Um corpo moribundo, perpassado por violentos espasmos, nunca é bonito de ver. Mas, garante Minelli, não há qualquer dor no processo.

Acredito. Mas a dor não é apenas uma questão física; também existe uma dor moral que parece ausente da consciência do homem. Minelli e seus cúmplices aproximam-se da morte, e da eliminação física de seres humanos, com a mesma naturalidade mecânica que podemos observar nos matadouros. A lei permite? Sem dúvida.

Mas essa espécie de positivismo ético não nos leva longe: uma história da legislação humana, ao longo dos tempos, seria sempre uma história de brutalidades abençoadas pelos códigos. O negócio de Minelli suplanta os códigos e lida com a pergunta última da nossa condição: seremos apenas meros animais para abate quando a doença nos visita?

JOÃO PEREIRA COUTINHO
jpcoutinho@folha.com.br
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1602201017.htm
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Obrigado Senhor!

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Vida é finita?

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Defina a Vida

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Localize a Vida

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15 de fev. de 2010

O poder da prece

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O poder da prece

Uma pobre senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, aproximou-se do proprietário conhecido pelo seu jeito grosseiro e lhe pediu fiado alguns mantimentos. Ela explicou que o seu marido estava muito doente e não podia trabalhar e que tinha sete filhos para alimentar.

O dono do armazém zombou dela e pediu que se retirasse do seu estabelecimento.

Pensando na necessidade da sua família, ela implorou: "Por favor, senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que o tiver..." ao que lhe respondeu que ela não tinha crédito e nem conta na sua loja.

No balcão ao lado, um freguês que acompanhava a conversa entre os dois aproximou-se do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família por sua conta. Então, o comerciante falou, meio relutante, para a pobre mulher:

- Você tem uma lista de mantimentos?
- Sim - respondeu ela.
- Muito bem, coloque a sua lista na balança, e o quanto ela pesar, eu lhe darei em mantimentos.

A pobre mulher hesitou por uns instantes e com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel, escreveu alguma coisa e o depositou suavemente na balança. Os três ficaram admirados quando o prato da balança com o papel desceu.

Completamente pasmado com o marcador da balança, o comerciante virou-se lentamente para o seu freguês e comentou, contrariado: "Eu não posso acreditar!" O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança.

Como a escala da balança não equilibrava, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada.

O comerciante ficou parado ali por uns instantes olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido. Finalmente, ele pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado, pois não era uma lista de compras, mas uma oração que dizia: "Meu Deus, o senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isto em suas mãos." O homem deu as mercadorias para a pobre mulher no mais completo silêncio, que agradeceu e deixou o armazém.

O freguês pagou a conta e disse: "Valeu cada centavo".

Só mais tarde, o comerciante pode reparar que a balança havia quebrado. Entretanto, só Deus sabe o quanto pesa uma prece.
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Colaboração:
Mario Leal Filho - São Paulo-SP
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14 de fev. de 2010

Seu sorriso!

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Terráqueo!

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Espelho extraterrestre

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Espelho extraterrestre

Aos 50 anos, o programa Seti continua ativo e dividindo opiniões

Em 1960, o rádio-astrônomo americano Frank Drake organizou uma conferência meio às pressas, com um tema um tanto incomum: a possibilidade de detectar a existência de civilizações extraterrestres sem irmos até o planeta deles (ou eles até o nosso). Um ano antes, havia começado o programa Seti (Busca por Inteligência Extraterrestre, sigla em inglês), com o uso de telescópios capazes de detectar ondas de rádio emitidas, em princípio, por outros seres interessados em comunicação.

A ideia do projeto era simples: se outras civilizações inteligentes são parecidas conosco, terão, também, criado tecnologias como o rádio e a TV, que dependem da emissão e da recepção de ondas eletromagnéticas.

Essas ondas viajam na velocidade da luz, a 300 mil quilômetros por segundo. Portanto, em oito minutos, uma onda viaja da Terra até o Sol, pois a distância do Sol à Terra é de oito minutos-luz. Em quatro anos e meio, a onda chega à nossa estrela vizinha, Alfa Centauri, pois ela se localiza a 4,5 anos-luz daqui. Se nós, após apenas 400 anos de ciência, podemos fazer isso, sem dúvida outras inteligências espalhadas pelo cosmo também devem ser capazes de fazê-lo. Era só ligar os detectores e ficar ouvindo, esperando pelo primeiro "alô".

Passados 50 anos, o projeto Seti continua ativo. Sua história tem sido meio turbulenta, dividindo as opiniões de cientistas e do público em geral. Existem aqueles que acham que o projeto é uma grande perda de tempo e de dinheiro. Como interpretar sinais de vida inteligente extraterrestre? Que "língua" eles falam? E se não tiverem o menor interesse em serem detectados ou de emitir ondas de rádio fora do seu sistema solar? Qual seria o sinal típico que poderíamos esperar de outras formas de inteligência? Será que todas inteligências pensam de forma semelhante?

Fora isso, não é nada óbvio, dizem os críticos, que exista vida extraterrestre inteligente em nossa vizinhança cósmica, e muito menos com habilidades tecnológicas. Afinal, em 4,5 bilhões de anos desde a origem da Terra, só nos últimos cem é que chegamos a esse ponto! Existem outras críticas, mas essas já dão uma ideia.

Por outro lado, os defensores do projeto dizem que só podemos ter certeza de que a busca será infrutífera se tentarmos: quem não arrisca não petisca. O impacto da descoberta de vida extraterrestre inteligente (ou da vida não inteligente, mas essa é uma outra história) seria tão épico e transformador que os esforços valem à pena.

O apelo popular é imenso. Tanto assim que, em 2007, a Nasa resolveu reiniciar o fomento ao projeto Seti, que havia sido suspenso na década de 1990. E o projeto tem crescido, graças ao entusiasmo de investidores privados. Por exemplo, Paul Allen, cofundador da Microsoft, doou US$ 25 milhões ao projeto.

Com o dinheiro, cientistas estão construindo uma gigantesca rede de detecção de ondas de rádio nas montanhas da Califórnia que terá 42 telescópios quando concluída, cada um com uma antena parabólica de sete metros de diâmetro. A busca está se diferenciando. Não são mais só ondas de rádio: astrônomos também procuram detectar pulsos de laser emitidos de outros sistemas estelares ou por projetos de engenharia em megaescala, algo que uma civilização avançada poderia fazer.

Por exemplo, extraterrestres com telescópios ultrassensíveis poderiam ver a muralha da China ou as luzes na superfície da Terra. Até mesmo lixo espacial está entrando na lista. O que prova um ponto interessante: vamos buscar nos ETs o que encontramos aqui. Nossa busca é limitada pelo que sabemos. Fico imaginado o que esses ETs estarão fazendo em cem anos.

MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo".
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Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1701201003.htm
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Jornal Folha de São Paulo
Edição de 17jan2010
Caderno Mais! Página 9
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Publicado em: SinapsesLinks
http://sinapseslinks.blogspot.com/
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